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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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514 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

lado, a língua é passível <strong>de</strong> <strong>de</strong>slize e apressada <strong>de</strong>mais a falar, a menos<br />

que seja continuamente vigiada e guardada por Deus, há, por outro<br />

lado, afetos íntimos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados que exigem restrição.<br />

Que fábrica agitada é o coração do homem, e quantos produtos são<br />

ali manufaturados a todo instante! Se Deus não vigiar nosso coração e<br />

língua, não haverá, reconhecidamente, limites para as palavras e pensamentos<br />

pecaminosos. O dom do Espírito na mo<strong>de</strong>ração do falar é tão<br />

raro, que Satanás está sempre fazendo sugestões que serão imediata e<br />

facilmente colocadas em prática, se Deus não intervir. Não parece absurdo<br />

falar que Deus inclina nosso coração para o mal, visto que estão<br />

nas mãos dEle, para incliná-los em que direção Ele quiser, à sua vonta<strong>de</strong>.<br />

Deus mesmo não os inclina aos <strong>de</strong>sejos maus. Contudo, visto que, <strong>de</strong><br />

conformida<strong>de</strong> com seus juízos secretos, Deus entrega e sujeita efetivamente<br />

os ímpios à tirania <strong>de</strong> Satanás, as Escrituras nos dizem que Ele os<br />

cega e endurece. A culpa dos pecados dos homens está neles mesmos e<br />

na concupiscência que habita neles. E, como são arrastados ao bem ou<br />

ao mal por um <strong>de</strong>sejo natural, o inclinarem-se para o mal não provém<br />

<strong>de</strong> qualquer impulso exterior, e sim <strong>de</strong> sua espontaneida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sua<br />

própria corrupção. Tenho lido realizar as obras da iniqüida<strong>de</strong>; outros<br />

têm lido pensar os pensamentos da iniqüida<strong>de</strong>. O significado é o mesmo,<br />

e não precisamos insistir na preferência a ser dada.<br />

Ao usar מנעמים (manammim), traduzida por manjares, ele <strong>de</strong>ixou<br />

implícita a satisfação sentida pelos ímpios, quando seus pecados são<br />

tolerados pela paciência divina. Enquanto a sua insolência, nesses casos,<br />

se torna mais presunçosa, até o povo do Senhor corre o risco<br />

<strong>de</strong> ser enganado pela prosperida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutada pelos ímpios e <strong>de</strong> ser<br />

envolvido em libertinagem. Davi tinha razão em orar pelas restrições<br />

secretas do Espírito Santo, para que fosse guardado do regalar-se com<br />

seus manjares, ou seja, do ser embriagado com prazeres impróprios ou<br />

pecaminosos, por meio <strong>de</strong> coisas <strong>de</strong>gradantes, vantajosas ou agradáveis<br />

em circunstâncias exteriores. 5<br />

5 “C’est a dire qu’il ne s’enyure <strong>de</strong> la vaine douceur qu’ils ont en se <strong>de</strong>sbordant a mal, et qu’ainsi

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