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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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540 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

não há distúrbio, nem confusão, o povo é apropriadamente representado,<br />

conforme já dissemos antes, como espalhado. De acordo<br />

com isso, Davi, havendo atribuído a Deus as vitórias que conquistara<br />

sobre os inimigos estrangeiros, Lhe agra<strong>de</strong>ce, ao mesmo tempo, pelo<br />

estado pacificado do reino. De fato, erguido como ela fora <strong>de</strong> uma<br />

condição obscura e exposto ao ódio <strong>de</strong> acusações caluniosas, dificilmente<br />

alguém acreditaria que ele ainda teria um reinado pacífico. O<br />

povo havia, subitamente, além <strong>de</strong> toda expectativa, se submetido a<br />

ele; e essa mudança surpreen<strong>de</strong>nte era uma obra <strong>de</strong> Deus.<br />

3. Ó Jehovah, que é o homem? O salmista amplia a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrada<br />

por Deus, fazendo uma comparação. Havendo <strong>de</strong>clarado<br />

quão singularmente fora tratado, ele volve seus olhos para o íntimo e<br />

indaga: “Quem sou eu, para que Deus me <strong>de</strong>monstre tal con<strong>de</strong>scendência?”<br />

Ele fala do homem <strong>de</strong> um modo geral; e a circunstância notória é<br />

que ele recomenda a misericórdia <strong>de</strong> Deus, por mencionar a sua condição<br />

humil<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sprezível. Em outras passagens, ele cita fundamentos<br />

<strong>de</strong> humilhação que diziam respeito a ele mesmo e à sua vida – aqui<br />

ele se limita ao que se refere à natureza comum <strong>de</strong> todos os homens.<br />

Embora, ao discursar sobre a natureza do homem, haja outras razões<br />

pelas quais ele po<strong>de</strong>ria ter especificado por que era indigno do respeito<br />

e do amor <strong>de</strong> Deus, ele menciona, <strong>de</strong> modo sucinto, o fato <strong>de</strong> que<br />

era como fumaça e como uma sombra. 5 Somos levados a inferir que as<br />

riquezas da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus se esten<strong>de</strong>m a objetos totalmente indignos<br />

em si mesmos. Somos advertidos, ao nos mostrarmos dispostos,<br />

em qualquer tempo, a esquecer o que realmente somos e a pensar que<br />

somos alguma coisa, não sendo nada, que o simples fato da brevida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nossa vida <strong>de</strong>strói toda arrogância e orgulho. As Escrituras, ao<br />

falarem sobre a fragilida<strong>de</strong> humana, incluem tudo que está necessariamente<br />

conectada a ela. E, <strong>de</strong> fato, se a nossa vida se <strong>de</strong>svanece num<br />

instante, o que existe <strong>de</strong> estável sobre nós? Somos instruídos também<br />

5 “Et mesmes combien qu’en espluchant la nature <strong>de</strong>s hommes il eust peu toucher d’autres<br />

choses, pour lesquelles ils sont indignes — neantmoins”, etc. — fr.

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