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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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258 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

munhos. Se essa oração não era fingida, sem dúvida ele reconhecia por<br />

meio <strong>de</strong>la que a obra peculiar do Espírito Santo era inclinar e dispor<br />

nossos corações para com Deus. Mas atribuir a nós aquilo que Deus<br />

opera em nós não é algo novo; a afirmação <strong>de</strong> Paulo a este respeito é<br />

muito clara: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como<br />

o realizar, segundo a sua boa vonta<strong>de</strong>” [Fp 2.13]. Quando o profeta diz<br />

a respeito <strong>de</strong> si mesmo que inclinava o seu coração, ele não separa<br />

seu próprio empenho da graça do Espírito Santo, por cuja inspiração<br />

ele <strong>de</strong>clarou antes que tudo foi feito. Ao mesmo tempo, ele distingue<br />

a constância <strong>de</strong> sua afeição piedosa do fervor transitório <strong>de</strong> outros.<br />

Assim, para que não falhe em meio ao seu curso, ou retroceda, ele<br />

afirma que tinha resolvido continuar no mesmo curso ao longo <strong>de</strong> toda<br />

a sua vida. A palavra עקב (ekeb), terminar, em minha opinião, é adicionada<br />

à palavra לעולם (leloam), para sempre, à guisa <strong>de</strong> exposição, para<br />

mostrar-nos que ele lutava varonilmente contra todos os obstáculos e<br />

dificulda<strong>de</strong>s, a fim <strong>de</strong> não fraquejar em sua constância, pois ninguém<br />

persevera no serviço <strong>de</strong> Deus sem exercícios árduos. Há quem tome a<br />

palavra como que <strong>de</strong>notando uma recompensa, 38 mas isso parece estranho<br />

<strong>de</strong>mais ao <strong>de</strong>sígnio da passagem.<br />

[vv. 113-120]<br />

Tu és o meu ס lei. Tenho odiado os pensamentos tortuosos e amado a tua ס<br />

refúgio e o meu escudo; tenho confiado em tua palavra. ס Apartai-vos <strong>de</strong><br />

mim, perversos, e guardarei os mandamentos do meu Deus. ס Sustenta-me<br />

por tua palavra, e viverei; não me <strong>de</strong>ixes envergonhado <strong>de</strong> minha expectativa.<br />

ס Estabelece-me, e serei salvo, e consi<strong>de</strong>rarei os teus estatutos continuamente.<br />

ס Tu tens pisado aos pés todos quantos se <strong>de</strong>sviam dos teus estatutos,<br />

pois o engano <strong>de</strong>les é falsida<strong>de</strong>. ס Tu tiraste <strong>de</strong> sobre a terra todos<br />

ס testemunhos. os perversos, como escória; por isso, tenho amado os teus<br />

Minha carne tremeu <strong>de</strong> temor por ti, e fiquei temeroso <strong>de</strong> teus juízos.<br />

38 Assim, na versão Arábica, temos “por conta <strong>de</strong> um galardão eterno”, isto é, o galardão da graça<br />

prometido a todos os fiéis. Segundo esse ponto <strong>de</strong> vista, o salmista teria respeito ao fim e à recompensa<br />

da fé e da obediência santa. Ver Hebreus 11.26, 1 Pedro 1.8-9. Entretanto, como o salmista,<br />

igualmente com todos os crentes, não abraçou e obe<strong>de</strong>ceu à lei <strong>de</strong> Deus tão-somente ou principalmente<br />

com a esperança <strong>de</strong> um galardão, mas foi principalmente atraído à obediência por amor a<br />

Deus e pela excelência intrínseca da lei, outros preferem a redação: “O galardão é eterno”.

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