31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 147 • 573<br />

te, ao povo <strong>de</strong> Deus, o único que contempla as suas obras <strong>de</strong> maneira<br />

iluminada, enquanto a estupi<strong>de</strong>z e a cegueira da mente privam os outros<br />

<strong>de</strong> entendê-las. O tema não é os benefícios comuns <strong>de</strong> Deus; a<br />

principal coisa que ele celebra é a misericórdia <strong>de</strong> Deus, manifestada a<br />

seu povo eleito. Para que a Igreja celebre os louvores <strong>de</strong> Deus com mais<br />

alegremente, ele <strong>de</strong>clara que esse tipo <strong>de</strong> exercício é bom, prazeroso e<br />

agradável; e com isso ele censura, pelo qual indiretamente um pecado<br />

que, <strong>de</strong>ntre todos, é o mais universal, a saber, enfadar-se só com a<br />

simples menção <strong>de</strong> Deus e reputar nosso maior prazer o esquecer-nos<br />

<strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong> nós mesmos, para que <strong>de</strong>mos vazão ao prazer irrestrito.<br />

Para ensinar os homens a sentir <strong>de</strong>leite nesse exercício religioso, o<br />

salmista lhes recorda que o louvor é agradável e fica bem; pois o termo<br />

formas. (navah) po<strong>de</strong> ser traduzido <strong>de</strong> ambas as נאוה<br />

2. Jehovah, edificando Jerusalém. Ele começa com a misericórdia<br />

especial <strong>de</strong> Deus para com sua Igreja e povo, ao escolher e adotar<br />

uma nação <strong>de</strong>ntre todas as <strong>de</strong>mais e selecionar um lugar fixo on<strong>de</strong><br />

seu nome fosse invocado. Quando Deus é chamado o edificador <strong>de</strong><br />

Jerusalém, a alusão não é à forma e à estrutura externas, e sim ao culto<br />

espiritual <strong>de</strong> Deus. Ao falar sobre a Igreja, é uma figura comum referirse<br />

a ela como um edifício ou templo. O significado é que a Igreja não<br />

havia sido edificada por homens, e sim formada pelo po<strong>de</strong>r sobrenatural<br />

<strong>de</strong> Deus; pois não foi com base na dignida<strong>de</strong> do lugar, em si mesmo,<br />

que Jerusalém se tornou a única habitação <strong>de</strong> Deus em nosso mundo.<br />

Tampouco ela chegou a esta honra <strong>de</strong>vido a conselho, <strong>de</strong>dicação, esforço<br />

ou po<strong>de</strong>r humano, e sim porque Deus se agradou em consagrá-la<br />

a Si mesmo. Ele empregou o labor e a instrumentalida<strong>de</strong> dos homens<br />

na construção <strong>de</strong> seu santuário ali, mas isso nunca <strong>de</strong>ve ignorar sua<br />

graça, o único fator que distinguiu a cida<strong>de</strong> santa <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais.<br />

Ao chamar a Deus <strong>de</strong> arquiteto e edificador da Igreja, o objetivo do<br />

salmista é conscientizar-nos <strong>de</strong> que, pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, ela permanece<br />

em condição firme ou é restaurada, quando em ruínas. Disso ele<br />

infere que está no po<strong>de</strong>r e arbítrio <strong>de</strong> Deus congregar os que outrora<br />

foram dispersos. Aqui o salmista quer confortar, com a esperança <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!