31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

266 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

versida<strong>de</strong> dos homens, enfraquece-se a <strong>de</strong>voção amorosa, que <strong>de</strong>veria<br />

arrebatar-nos ao amor pela Palavra <strong>de</strong> Deus.<br />

120. Minha carne tremeu por medo <strong>de</strong> ti. 44 À primeira vista, o<br />

profeta parece cair em contradição. Ele acabara <strong>de</strong> dizer que, pela<br />

severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, fora atraído a amar os testemunhos divinos; agora,<br />

<strong>de</strong>clara que se sentia apo<strong>de</strong>rado pelo terror. Mas, ainda que estes<br />

dois efeitos sejam bastante diferentes entre si, se consi<strong>de</strong>rarmos por<br />

que tipo <strong>de</strong> disciplina Deus nos forma, para que reverenciemos sua<br />

lei, perceberemos que esses efeitos se harmonizam plenamente. Suplicamos<br />

que sejamos subjugados pelo temor, para que <strong>de</strong>sejemos e<br />

busquemos o favor divino. Visto que o temor é o princípio do amor, o<br />

profeta testifica que fora <strong>de</strong>spertado, por um sincero temor <strong>de</strong> Deus,<br />

para contemplar a Deus com firmeza. A mortificação da carne não é<br />

uma atitu<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong>mais, para que alguém consinta assumi-la sem o<br />

constrangimento <strong>de</strong> meios vigorosos. Portanto, não surpreen<strong>de</strong> o fato<br />

<strong>de</strong> que Deus fere seus servos com terror, para que, <strong>de</strong>sse modo, eles<br />

inclinem sua mente a um santo temor por Ele. Uma evidência <strong>de</strong> sabedoria<br />

inusitada é tremermos diante <strong>de</strong> Deus, quando ele executa seus<br />

juízos, os quais a maior parte da raça humana nem sequer nota. Somos<br />

ensinados por estas palavras do profeta que <strong>de</strong>vemos levar em conta<br />

atentamente os juízos <strong>de</strong> Deus, para que eles não só nos instruam com<br />

amor, mas também nos atinjam com tal terror, que nos leve ao verda<strong>de</strong>iro<br />

arrependimento.<br />

[vv. 121-128]<br />

ע opressores. Tenho praticado juízo e justiça, não me entregues aos meus ע<br />

Fica por fiador <strong>de</strong> teu servo, para o bem, a fim <strong>de</strong> que os soberbos não me<br />

oprimam. ע Meus olhos têm <strong>de</strong>sfalecido por tua salvação e por tua palavra<br />

ע justa. 45 Trata teu servo <strong>de</strong> acordo com a tua bonda<strong>de</strong> e ensina-me teus<br />

44 O verbo סמר (samar), traduzido por tremeu, <strong>de</strong>nota ser assenhoreado pelo horror, a ponto <strong>de</strong><br />

os cabelos ficarem em pé. Em Jó 4.15, ele ocorre no grau Piel. Esse estado <strong>de</strong> horror foi produzido<br />

na mente do salmista por uma contemplação dos juízos divinos, executados sobre os perversos,<br />

que são rejeitados como escórias. Foi assim que lhe sobreveio o temor <strong>de</strong> Deus.<br />

45 Literalmente, “pela palavra <strong>de</strong> tua justiça”. Calvino a enten<strong>de</strong> em relação às promessas divinas.<br />

Phillips traduz: “Pela palavra <strong>de</strong> tua eqüida<strong>de</strong>, ou seja”, diz ele, “a sentença <strong>de</strong> justiça sobre

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!