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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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44 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

dia; e que, embora implore humil<strong>de</strong>mente o perdão, o juiz permaneça<br />

inexorável. Com proprieda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r isso como uma afirmação<br />

relacionada não somente ao ato <strong>de</strong> ser julgado no tribunal dos<br />

homens, mas também no tribunal <strong>de</strong> Deus. Mas, como se harmoniza<br />

muito bem com as <strong>de</strong>cisões conferidas por um juiz terreno e como esta<br />

é a interpretação mais comumente aceita, não <strong>de</strong>sejo apartar-me <strong>de</strong>la.<br />

Há duas coisas que <strong>de</strong>vem ser notadas: a impieda<strong>de</strong> dos ímpios é tão<br />

palpável que não sobra espaço para escapar-se à execução da justiça; e<br />

todas as súplicas dos ímpios por perdão são <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas. Conseqüentemente,<br />

o salmista o representa como um criminoso con<strong>de</strong>nado<br />

<strong>de</strong>ixando a presença do juiz, levando a ignomínia da con<strong>de</strong>nação que<br />

mereceu justamente, tendo seus atos nefandos a <strong>de</strong>scoberto e <strong>de</strong>tectados.<br />

Com respeito à outra interpretação que coloca os ímpios diante<br />

do tribunal <strong>de</strong> Deus, não parece, <strong>de</strong> modo algum, absurdo dizer que as<br />

orações <strong>de</strong>les se voltariam contra eles para pecarem, especialmente<br />

quando sabemos que todos os seus sacrifícios são uma abominação<br />

para Deus. E, quanto mais eles mesmos se maculam, tanto mais todas<br />

suas plausíveis virtu<strong>de</strong>s se tornam ofensa e <strong>de</strong>sprazer para Deus. Mas,<br />

como o escopo da passagem é favorável à interpretação que a aplica<br />

aos juízes terrenos, não consi<strong>de</strong>ro necessário insistir mais sobre este<br />

ponto.<br />

8. Que seus dias sejam poucos. Embora este mundo seja o palco<br />

<strong>de</strong> muita fadiga e inquietação, sabemos que os dias são penhores<br />

e provas da benignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, visto que, com freqüência e como<br />

sinal <strong>de</strong> seu amor, Ele promete prolongar a vida dos homens. Não é<br />

absolutamente necessário que permaneçamos aqui por muito tempo,<br />

e sim que tenhamos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar do amor paternal<br />

<strong>de</strong> Deus que Ele nos conce<strong>de</strong>, por meio do qual po<strong>de</strong>mos ser levados<br />

a nutrir a esperança da imortalida<strong>de</strong>. Ora, em oposição a isso,<br />

a brevida<strong>de</strong> da vida humana é aqui introduzida como uma marca da<br />

<strong>de</strong>saprovação divina; pois, quando Deus elimina os ímpios <strong>de</strong> maneira<br />

violenta, Ele testifica que não mereciam inspirar o fôlego da vida. E<br />

esse mesmo sentimento é inculcado quando, <strong>de</strong>spojando-os <strong>de</strong> sua

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