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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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126 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que não Lhe permite ficar sossegado em seu próprio céu?” E sempre<br />

que o homem gritava: “Ó Deus!”, o outro, motejando, retrucava: “On<strong>de</strong><br />

está agora o seu Cœlum cœli Domino?” Naquele momento, a dor foi<br />

mitigada; mas o homem gastou o resto <strong>de</strong> sua vida em impunida<strong>de</strong>.<br />

17. Ó Deus, os mortos não te louvarão. Nestas palavras, o profeta<br />

continua rogando a Deus que se mostre propício para com sua Igreja,<br />

ainda que não houvesse outro objetivo a ser alcançado, exceto prevenir<br />

a humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser totalmente suprimida e preservar um povo<br />

não só para <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong>, mas também para invocar e louvar<br />

seu nome. Depois <strong>de</strong> celebrar o favor peculiar <strong>de</strong> Deus para com<br />

os israelitas e a beneficência que exibira para com a humanida<strong>de</strong> em<br />

geral, o salmista recorreu à misericórdia <strong>de</strong> Deus, para que os pecados<br />

<strong>de</strong> seu povo fossem perdoados. Ele prossegue nessa posição dizendo<br />

que, embora as nações pagãs se <strong>de</strong>leitem com a profusão da liberalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, só a semente <strong>de</strong> Abraão é separada para a celebração<br />

dos louvores <strong>de</strong> Deus. “Senhor, se permitires que pereçamos, qual será<br />

o resultado, senão que teu nome será extinto, sepultado juntamente<br />

conosco?” Da atitu<strong>de</strong> do salmista em privar os mortos <strong>de</strong> toda sensibilida<strong>de</strong>,<br />

surge uma pergunta: as almas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> separarem-se <strong>de</strong> sua<br />

prisão corpórea, continuam existindo? É certo que são mais vigorosas<br />

e ativas; portanto, concluímos inevitavelmente que Deus também é<br />

louvado pelos mortos. Além do mais, ao <strong>de</strong>signar aos homens sua habitação<br />

na terra, o salmista os dissocia <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> tal modo, que lhes<br />

<strong>de</strong>ixa apenas a vida que <strong>de</strong>sfrutam em comum com os animais. Pois a<br />

terra não foi dada exclusivamente aos homens, mas também aos bois,<br />

aos suínos, aos cães, aos leões, aos ursos e a toda sorte <strong>de</strong> répteis e<br />

insetos. Pois não existe uma mosca, nem algo que rasteja, por mais<br />

ignóbil que seja, aos quais a terra não seja uma habitação. 7<br />

A resposta da primeira pergunta é fácil. Os homens se acham tão<br />

bem estabelecidos na terra que po<strong>de</strong>m, por assim dizer, celebrar, com<br />

a voz, os louvores <strong>de</strong> Deus. E foi a isto que o profeta se referiu neste<br />

7 “Nulla enim musea est, nullus pediculus cui domicilium non præbeat terra” – latim.

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