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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 144 • 541<br />

sobre essa verda<strong>de</strong> – não po<strong>de</strong>mos estimar <strong>de</strong>vidamente a bonda<strong>de</strong><br />

divina, a menos que levemos em conta o que somos no tocante à nossa<br />

condição, visto que só po<strong>de</strong>mos atribuir a Deus o que Lhe é <strong>de</strong>vido<br />

por reconhecermos que a sua bonda<strong>de</strong> é outorgada às criaturas sem<br />

qualquer merecimento. O leitor po<strong>de</strong> buscar mais informação sobre<br />

este ponto em <strong>Salmos</strong> 8, on<strong>de</strong> a mesma verda<strong>de</strong> é introduzida.<br />

[vv. 5-8]<br />

Curva os teus céus, 6 ó Jehovah, e <strong>de</strong>sce; 7 toca os montes, e fumegarão.<br />

Vibra os teus raios e dissipa-os; 8 lança as tuas flechas, e <strong>de</strong>strói-os. Esten<strong>de</strong><br />

a tua mão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o alto, livra-me e arrebata-me das gran<strong>de</strong>s águas, da mão<br />

dos filhos dos estranhos; pois sua boca proferiu falsida<strong>de</strong>, e sua <strong>de</strong>stra é<br />

<strong>de</strong>stra <strong>de</strong> engano.<br />

5. Curva os teus céus, ó Jehovah. Após enaltecer, como <strong>de</strong>via,<br />

a gran<strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, o salmista roga a Deus que lhe dê o auxílio<br />

necessário para a preservação do reino, nesta situação. Vimos<br />

antes que ele se gloriava em Deus com uma coragem heróica; por isso,<br />

agora ele usa os mesmos termos sublimes em sua oração: que Deus<br />

curvasse os céus –fizesse os montes fumegarem – conturbasse a atmosfera<br />

com raios – atirasse flechas. Essas são formas <strong>de</strong> linguagem<br />

que, indubitavelmente, removem todos os obstáculos que se interpõem<br />

entre nós e uma apreensão firme da onipotência <strong>de</strong> Deus, da qual<br />

achamos tão difícil emergir. Ele emprega quase a mesma fraseologia no<br />

Salmo 18, mas ali emprega-a para louvar a Deus pelo auxílio já recebido<br />

e <strong>de</strong>monstrar que fora preservado do alto, <strong>de</strong> uma maneira prodigiosa<br />

6 “Curva os teus céus. Esta expressão se <strong>de</strong>riva do surgimento das nuvens durante uma tempesta<strong>de</strong>;<br />

elas <strong>de</strong>scem, a ponto <strong>de</strong> obscurecer as colinas e os montes e parecem misturar o céu e a terra<br />

em um só. Esse surgimento é usado <strong>de</strong> maneira figurada para <strong>de</strong>screver a vinda <strong>de</strong> Deus, a fim <strong>de</strong><br />

executar vingança sobre os inimigos <strong>de</strong> seu povo. Ver <strong>Salmos</strong> 18.10 e outros exemplos” – Walford.<br />

7 Os verbos, neste e nos dois versículos seguintes, estão no modo imperativo, enquanto na<br />

passagem correspon<strong>de</strong>nte [Salmo 18] estão no pretérito. Esta diferença é bem explicada pressupondo,<br />

como o faz Calvino, que estes versículos constituem uma linguagem <strong>de</strong> oração, pronunciada<br />

por Davi em um momento <strong>de</strong> perigo, ameaçado pelos inimigos <strong>de</strong> seu reino e <strong>de</strong> seu povo;<br />

enquanto nos versículos do Salmo 18 as palavras foram pronunciadas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um livramento<br />

notável ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haverem sido outorgados livramentos.<br />

8 “Espalha-os. O antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ‘os’ é ‘povos’, no versículo 2 – Walford.

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