31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

290 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

boas razões que ele dará graças por sua vida e obra.<br />

No versículo seguinte, ele não faz nenhuma afirmação nova, porém<br />

fala <strong>de</strong> maneira mais clara. Em primeiro lugar, ele diz que clamava<br />

a Deus; em seguida, adiciona que Lhe encomendava seu bem-estar<br />

mediante a oração. Com isso, ele dava a enten<strong>de</strong>r que, estivesse em<br />

segurança ou ameaçado <strong>de</strong> morte por algum perigo iminente, ele <strong>de</strong>scansava<br />

invariavelmente em Deus, sendo plenamente persuadido <strong>de</strong><br />

que o único caminho no qual po<strong>de</strong>ria continuar seguro era o <strong>de</strong> ter a<br />

Deus como guardião e protetor <strong>de</strong> seu bem-estar.<br />

נשף 147. Eu antecipei o cair da noite. O substantivo hebraico<br />

(nesheph) é, neste lugar, impropriamente traduzido por crespusculum<br />

(cair da noite); pois o salmista, em vez disso, tinha em mente a aurora.<br />

Mas, como o latim <strong>de</strong>rivam a palavra crespusculum <strong>de</strong> creperus,<br />

que significa duvidoso ou incerto, po<strong>de</strong>ndo significar o tempo duvidoso<br />

e intermédio entre a luz e as trevas, não fui rigoroso na seleção do<br />

termo. Todavia, os meus leitores <strong>de</strong>vem enten<strong>de</strong>r que aqui não está<br />

implícito o crepúsculo que começa com o pôr-do-sol, e sim a luz imperfeita<br />

que prece<strong>de</strong> o <strong>de</strong>spontar do sol. Davi expressa pressa ansiosa<br />

quando diz que antecipava a aurora para suas orações. O verbo clamar<br />

sempre comunica a idéia <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, referindo-se, como o faz, não<br />

tanto à altura da voz, e sim à veemência e fervor da mente. Ao mencionar<br />

sua pressa, seu objetivo era exibir melhor sua perseverança, pois<br />

ele nos diz que, embora recorresse à oração com tal prontidão, não se<br />

cansava <strong>de</strong>sse exercício, como ocorre com os <strong>de</strong>screntes, ao quais, se<br />

Deus não lhes aten<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressa as solicitações, murmuram e se queixam<br />

dEle. Assim, associando a paciência da esperança com o fervor do<br />

<strong>de</strong>sejo, o salmista mostra qual é o modo genuíno <strong>de</strong> orar, assim como<br />

o faz Paulo, em Filipenses 4.6, ao exorta-nos que façamos conhecidas<br />

diante <strong>de</strong> Deus nossas ações <strong>de</strong> graças. O salmista também nos admoesta<br />

que, enquanto estivermos engajados no exercício da oração,<br />

refreemos nossos afetos turbulentos, porque um dos fins da oração é<br />

nutrir nossa esperança. Tampouco é supérflua a menção <strong>de</strong> a palavra<br />

no final do versículo; pois, somente quando temos a Palavra <strong>de</strong> Deus

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!