31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

278 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

amparo e incapaz <strong>de</strong> chegar a qualquer outra conclusão, senão a <strong>de</strong><br />

que negligenciou e esqueceu a Deus, pon<strong>de</strong>ra consigo mesma que tal<br />

coisa era muito estranha à natureza <strong>de</strong> Deus e à sua maneira <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r.<br />

É como se ele quisesse dizer: Ainda que eu não perceba nenhum<br />

sinal <strong>de</strong> teu favor, sim, embora minha condição seja tão miserável e<br />

<strong>de</strong>sesperadora que, julgando conforme o senso da razão, creio que te<br />

afastaste <strong>de</strong> mim. No entanto, como <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio do mundo até<br />

os dias atuais tu tens testificado, por inúmeras provas, que és misericordioso<br />

para com teus servos, rogo-te que, agindo em conformida<strong>de</strong><br />

com esta regra, exerças agora a mesma benignida<strong>de</strong> para comigo. É<br />

preciso observar particularmente, para que aqueles a quem Deus não<br />

respon<strong>de</strong> imediatamente não venham a sentir-se <strong>de</strong>sencorajados, que<br />

o profeta fora oprimido por infelicida<strong>de</strong>s durante muito tempo, sem<br />

qualquer perspectiva <strong>de</strong> alívio. No entanto, <strong>de</strong>vemos observar, ao<br />

mesmo tempo, que o único motivo por que o profeta nutria confiança<br />

para pedir isso a Deus era a graciosa bonda<strong>de</strong> dEle. Disso, concluímos<br />

que, embora ele fosse um homem <strong>de</strong> eminente santida<strong>de</strong>, seu único<br />

refúgio era a graça imerecida <strong>de</strong> Deus.<br />

Com respeito à palavra juízo, aprendamos do exemplo do profeta<br />

a nos familiarizarmos com a natureza <strong>de</strong> Deus, com base nas várias<br />

experiências que já temos <strong>de</strong>la, para que <strong>de</strong>sfrutemos <strong>de</strong> evidências<br />

indubitáveis <strong>de</strong> que Ele é misericordioso. E, <strong>de</strong> fato, se não conhecêssemos<br />

a graça <strong>de</strong> Deus por meio da experiência diária que temos <strong>de</strong>la,<br />

qual <strong>de</strong> nós ousaria aproximar-se dEle? Mas, se nossos olhos não estão<br />

cegos, <strong>de</strong>vemos atentar aos claros testemunhos com os quais Ele fortalece<br />

nossa fé, para que não precisemos duvidar que todos os piedosos<br />

são objetos <strong>de</strong> sua atenção. O que nos cumpre é envidar todo esforço<br />

para pertencermos ao número dos que amam o nome dEle. Com essa<br />

<strong>de</strong>signação, o salmista se referia aos crentes genuínos, pois aqueles<br />

que apenas temem a Deus servilmente não são dignos <strong>de</strong> ser contados<br />

entre os seus servos. Ele requer <strong>de</strong> nós uma obediência voluntária,<br />

<strong>de</strong> modo que nada nos seja mais <strong>de</strong>leitoso do que o seguirmos aon<strong>de</strong><br />

quer que Ele nos chame. No entanto, <strong>de</strong>ve-se observar, ao mesmo tem-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!