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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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26 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

livramento; e isso é uma convincente evidência <strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>ravamse<br />

já mortos.<br />

29. Ele faz a tormenta acalmar-se. Um autor profano, ao narrar<br />

<strong>de</strong>terminado acontecimento, teria dito que os ventos foram silenciados<br />

e os furiosos vagalhões, acalmados. O Espírito <strong>de</strong> Deus, porém, ao transformar<br />

a tormenta em brisa suave, põe a providência <strong>de</strong> Deus a presidir<br />

sobre tudo; querendo dizer com isso que não foi por meio da agência<br />

humana que essa violenta comoção do mar e do vento, a qual ameaçava<br />

subverter a estrutura do mundo, foi repentinamente aquietada. Portanto,<br />

quando o mar é agitado e entra em ebulição <strong>de</strong> forma terrivelmente<br />

furiosa, como se as ondas estivessem conten<strong>de</strong>ndo entre si, don<strong>de</strong> proce<strong>de</strong><br />

que, <strong>de</strong> repente, seja ele emu<strong>de</strong>cido e aquietado, senão do fato <strong>de</strong><br />

quer Deus restringe a fúria dos vagalhões, cuja contenda era por <strong>de</strong>mais<br />

terrível, e faz o seio do abismo tão límpido como o cristal? 14 Havendo<br />

falado <strong>de</strong> seu profundo terror, o salmista prossegue fazendo menção da<br />

alegria <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> modo que sua ingratidão pareceria ainda mais notável,<br />

se esquecessem do miraculoso livramento. Pois não estão em falta <strong>de</strong><br />

um mestre, visto que foram sido fartamente instruídos pela tempesta<strong>de</strong><br />

e a calma resultante, instruídos <strong>de</strong> que suas vidas estavam na mão e<br />

sob a proteção <strong>de</strong> Deus. Além do mais, o salmista lhes informa que essa<br />

é uma espécie <strong>de</strong> gratidão que merece, não só ser reconhecida individualmente<br />

ou mencionada na família, mas também <strong>de</strong>ve ser louvada e<br />

manifestada em todos os lugares, inclusive nas gran<strong>de</strong>s assembléias.<br />

Ele faz menção específica dos anciãos, notificando que, quanto mais sa-<br />

14 Entre as circunstâncias selecionadas pelo profeta nesta notável <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong><br />

marítima, não se <strong>de</strong>ve ignorar a agência divina, tanto em suscitá-la quanto em acalmá-la. Ele é introduzido<br />

primeiramente como Aquele que causa, por sua onipotente or<strong>de</strong>m, a tempesta<strong>de</strong> no oceano,<br />

cujos vagalhões sobem a elevada altura, em sua furiosa agitação. E, <strong>de</strong> repente, os ventos emu<strong>de</strong>cem,<br />

e o tumulto das ondas serena. A <strong>de</strong>scrição seria totalmente mutilada, se a referência ao po<strong>de</strong>r<br />

divino em tais fenômenos fosse omitido. “Mais confortável e mais racional é o sistema do salmista,<br />

mais do que o esquema pagão apresentado em Virgílio e outros poetas, nos quais uma divinda<strong>de</strong><br />

é representada como quem suscita uma tempesta<strong>de</strong> e outra divinda<strong>de</strong> como quem a acalma. Se<br />

fôssemos apenas consi<strong>de</strong>rar o sublime nessa peça <strong>de</strong> poesia, o que seria mais nobre do que a idéia<br />

que ela nos apresenta do Ser Supremo, provocando um tumulto entre os elementos da natureza e<br />

restaurando-os <strong>de</strong> sua confusão, <strong>de</strong>spertando e acalmando a natureza?” – Spectator, N o 485.

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