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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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554 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ce <strong>de</strong> nossas misérias. Devemos notar que Davi aplica a Deus termos<br />

que emprestou daquela famosa passagem em Êxodo 34.6. E, como os<br />

escritores sagrados extraíram sua doutrina da lei, não <strong>de</strong>vemos ficar<br />

surpresos que atribuíssem muito valor a visão que se achava ali registrada,<br />

pela qual obtemos uma <strong>de</strong>scrição tão clara e satisfatória<br />

da natureza <strong>de</strong> Deus, que dificilmente encontraremos equivalente<br />

em qualquer outra passagem. Davi, ao dar-nos uma breve afirmação<br />

do que era importantíssimo sabermos em referência a Deus, usa os<br />

mesmos termos empregados naquela visão. De fato, gran<strong>de</strong> parte da<br />

graça <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong> ser vista em sua atitu<strong>de</strong> da atrair-nos a Si, por<br />

meio <strong>de</strong>sses títulos. Se Ele <strong>de</strong>monstrasse diante <strong>de</strong> nós seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

modo proeminente, ficaríamos aterrados <strong>de</strong> medo, e não encorajados,<br />

visto que os papistas O representam como um Deus terrível, <strong>de</strong> cuja<br />

presença todos <strong>de</strong>vem fugir. No entanto, a visão própria <strong>de</strong> Deus é<br />

aquela que nos convida a buscá-Lo. De acordo com isso, quanto mais<br />

uma pessoa se sente atraída para Deus, tanto mais ela avança no conhecimento<br />

dEle. Se é verda<strong>de</strong> que Deus não somente está disposto<br />

a favorecer-nos, mas também (como nos dizem as Escrituras) se comove<br />

<strong>de</strong> compaixão para com nossas misérias, a ponto <strong>de</strong> ser mais<br />

bondoso conosco, quando nos tornamos mais miseráveis, que tolice<br />

seria não corrermos imediatamente para Ele! Mas, visto que com os<br />

nossos pecados afastamos <strong>de</strong> nós a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e obstruímos o<br />

caminho <strong>de</strong> acesso, se a bonda<strong>de</strong> dEle não vence esse obstáculo, seria<br />

inútil os profetas falarem sobre a graça e a misericórdia <strong>de</strong> Deus. 6 Por<br />

isso, era necessário acrescentar as palavras seguintes, ou seja, gran<strong>de</strong><br />

é a sua misericórdia: Ele perdoa os pecados e suporta a perversida<strong>de</strong><br />

dos homens, a ponto <strong>de</strong> mostrar favor para com o indigno. Com respeito<br />

aos ímpios, embora Deus lhes mostre sua generosa paciência, são<br />

incapazes <strong>de</strong> perceber o perdão. Assim, a doutrina sobre a qual insistimos<br />

tem aplicação especial somente aos crentes, que compreen<strong>de</strong>m a<br />

6 “Si la bonte <strong>de</strong> Dieu ne surmonte cest empreschement, c’est en vain que les Prophetes traitteroyent<br />

<strong>de</strong> sa grace et misericor<strong>de</strong>” – fr.

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