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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 137 • 469<br />

Apegue-se a minha língua ao céu <strong>de</strong> minha boca, se não me lembrar <strong>de</strong><br />

ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria. Lembra-te, ó Jehovah,<br />

dos filhos <strong>de</strong> Edom, no dia <strong>de</strong> Jerusalém, dizendo: Arrasai-a, arrasai-a até<br />

aos fundamentos. Ó filha <strong>de</strong> Babilônia, <strong>de</strong>vastada! 8 Feliz quem pagar-te<br />

a retribuição com que nos retribuíste! Feliz quem tomar e esmagar teus<br />

pequeninos nas pedras! 9<br />

5. Se eu me esquecer <strong>de</strong> ti, ó Jerusalém. Isto confirma o que<br />

foi dito no versículo 1 e nos ajuda a enten<strong>de</strong>r o que o salmista tinha<br />

em mente. Pois aqui o povo <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>clara, com a solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um juramento, que a recordação da santa cida<strong>de</strong> estaria para sempre<br />

gravada em seu coração e nunca, sob qualquer circunstância, seria<br />

apagada. Havendo falado sobre o cântico e os instrumentos <strong>de</strong> música,<br />

o apelo do salmista é formulado em termos correspon<strong>de</strong>ntes: sua mão<br />

esqueça sua <strong>de</strong>streza, e sua língua se apegue ao seu palato ou ao céu<br />

<strong>de</strong> sua boca. O sentido é que o povo do Senhor, enquanto lamenta sob<br />

as provações pessoais, <strong>de</strong>ve ser ainda mais profundamente afetado<br />

seu comentário, usa o mesmo suplemento empregado pelos tradutores <strong>de</strong> nossa Bíblia inglesa:<br />

Que a minha mão direita esqueça a sua habilida<strong>de</strong>. E a exatidão <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista é endossada<br />

pelo versículo seguinte, on<strong>de</strong> temos: Que minha língua se apegue ao céu <strong>de</strong> minha boca, etc. O<br />

objetivo <strong>de</strong> ambos os versículos é expressar um interesse sincero e profundo por Jerusalém. E, se<br />

per<strong>de</strong>sse tal interesse, o salmista <strong>de</strong>seja que os membros <strong>de</strong> seu corpo com os realizava a música<br />

vocal e a instrumental (a boca e a mão) se tornassem incapazes <strong>de</strong> cumprir a sua obra — <strong>de</strong>sejou<br />

que a língua se tornasse incapaz <strong>de</strong> falar e que a mão direita esquecesse a arte <strong>de</strong> tocar ou a sua<br />

habilida<strong>de</strong>. Há um argumento notável e apropriado nestas palavras, um argumento que não po<strong>de</strong><br />

ser menosprezado. O argumento é que, conforme era costumeiro às pessoas do Oriente jurarem<br />

por suas possessões, aquele que não tinha possessões — pobre, que não tinha nenhum valor reconhecido<br />

no mundo, esse jurava por sua mão direita, que era a sua única segurança na socieda<strong>de</strong><br />

e por meio da habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa mão ele ganhava o seu pão diário. Por isso, existe o provérbio<br />

árabe (expresso por Burckhardt, No. 550), que reflete a mudança <strong>de</strong> comportamento produzida<br />

pela melhora das circunstâncias: “Aquele que costumava jurar pelo <strong>de</strong>cepar <strong>de</strong> sua mão direita,<br />

agora jura pelo dar dinheiro aos pobres” — Illustrated Commentary upon the Bible.<br />

8 O Bispo Horsley traduz assim: “Ó filha <strong>de</strong> Babilônia, que te <strong>de</strong>leitas na <strong>de</strong>struição”.<br />

9 “Esta não é uma linguagem <strong>de</strong> imprecação, e sim <strong>de</strong> profecia, predizendo os horrores que<br />

acompanhariam a tomada e o saque da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Babilônia. Entre esses horrores, estava a cruelda<strong>de</strong><br />

atroz <strong>de</strong> ‘esmagar as crianças nas pedras’ [ver Is 8.16; Jr 51.62; Os 8.16]. Homero menciona<br />

essa prática antinatural como algo comum nos tempos antigos: ‘Os infantes eram esmagados<br />

contra o solo, em terrível hostilida<strong>de</strong>’ (Il., 22.5.63)” — Warner. ‘Feliz aquele…’ é apenas uma <strong>de</strong>claração<br />

da opinião geral <strong>de</strong> que seriam reputados felizes, seriam celebrados como pessoas que<br />

haviam prestado um gran<strong>de</strong> serviço no mundo, por <strong>de</strong>struírem um po<strong>de</strong>r tão universalmente<br />

<strong>de</strong>testado por causa <strong>de</strong> sua opressão.

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