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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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432 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Não <strong>de</strong>ixaremos <strong>de</strong> mencionar o extraordinário e ridículo equívoco<br />

que os papistas têm cometido sobre esta passagem; esse equívoco<br />

revela que eles se encontram em tal estupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> discernimento, que<br />

não existe nada tão absurdo que eles não aceitarão. Ao fundir as duas<br />

letras numa só, pois, em lugar <strong>de</strong> victus, eles lêem vidus e conjeturam<br />

que isso se <strong>de</strong>ve a uma mutilação <strong>de</strong> viduas – abençoando, abençoarei<br />

suas viúvas! Assim, transformaram “alimento” em “viúvas” – um erro<br />

tão crasso, que dificilmente acreditaríamos, não fosse pelo fato <strong>de</strong> que<br />

bradam a palavra em seus templos até aos dias <strong>de</strong> hoje. 14 Deus, porém,<br />

que abençoa o alimento <strong>de</strong> seu povo, tem obscurecido a mente <strong>de</strong>les e<br />

<strong>de</strong>ixado que confundam tudo em seus <strong>de</strong>vaneios e tagarelices. O autor<br />

inspirado continua a repetir o que já havia dito a respeito <strong>de</strong> outras<br />

bênçãos; o termo salvação é usado em lugar <strong>de</strong> justiça, mas no mesmo<br />

sentido que já mencionei. Alguns o entenda em referência à pureza da<br />

doutrina e a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, mas esta parece ser uma interpretação<br />

forçada; e o salmista queria dizer simplesmente que estariam seguros<br />

e felizes sob a proteção divina.<br />

[vv. 17-18]<br />

Ali farei brotar o chifre <strong>de</strong> Davi; preparei uma lâmpada 15 para meu Cristo.<br />

Vestirei os seus inimigos <strong>de</strong> opróbrio, mas sobre ele florescerá a sua coroa. 16<br />

17. Ali farei brotar o chifre <strong>de</strong> Davi. Ele retorna ao estado do<br />

reino, que Deus prometera tomar sob o seu cuidado e proteção. É<br />

necessário que atentemos à força peculiar das palavras empregadas:<br />

significa alimento obtido por meio <strong>de</strong> caçar; é usada ציד (a provisão <strong>de</strong>la). A palavra צידה“‏ 14<br />

para expressar alimento <strong>de</strong> qualquer gênero – geralmente provisão. A Septuaginta tem , que<br />

<strong>de</strong>nota provisão que fora caçada e obtida; mas outra redação da versão grega é ,<br />

que foi seguida pela Vulgata, Arábica e Etiópica, sendo a redação da Vulgata: viduam ejus. Esta<br />

redação corrompida é observada por Jerônimo” – Phillips.<br />

15 “Alguns acham que este versículo se refere à lâmpada do Tabernáculo [Êx 27.20]. Crisóstomo<br />

e Cirilo enten<strong>de</strong>m a que a lâmpada aqui mencionada tem uma referência profética a João Batista”<br />

— Cresswell.<br />

16 A idéia da coroa florescendo na cabeça parece ter sido sugerida pelas antigas coroas outorgadas<br />

aos vencedores. Essas coroas consistiam <strong>de</strong> certas espécies <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> sempre-vivas,<br />

como o louro, a hera, a oliveira, a murta, etc.

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