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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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14 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 1-9]<br />

Louvai a Jehovah porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para<br />

sempre. Digam isto 2 os redimidos <strong>de</strong> Jehovah, os quais ele redimiu da mão<br />

do verdugo, 3 os quais ele congregou das terras, do oriente e do oci<strong>de</strong>nte,<br />

do norte e do sul. 4 Perambularam pelo <strong>de</strong>serto, por caminhos solitários; 5<br />

não acharam uma cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> habitassem. Famintos e se<strong>de</strong>ntos, <strong>de</strong> modo<br />

que sua alma <strong>de</strong>sfalecia neles. Em suas angústias, invocaram a Jehovah,<br />

e ele os livrou <strong>de</strong> todas suas aflições e os conduziu por caminho direito,<br />

para que chegassem a uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitação. Louvem a misericórdia<br />

<strong>de</strong> Jehovah em sua presença e suas obras maravilhosas, na presença dos<br />

filhos dos homens. Porque ele satisfez a alma ansiosa e encheu com bonda<strong>de</strong><br />

a alma faminta.<br />

<strong>de</strong>sta composição muito interessante e sublimemente instrutiva são muitas e notáveis, das quais<br />

se convencerá o leitor menos preparado que o examinar com algum grau <strong>de</strong> atenção. Em questão<br />

<strong>de</strong> beleza poética, ele po<strong>de</strong>, segundo os melhores juízes, ser classificado com as mais admiráveis<br />

produções <strong>de</strong> Teócrito, Bíon, Mosco ou Virgílio. “Po<strong>de</strong>ria ser indubitavelmente enumerado”, observa<br />

Lowth, “entre os mais elegantes monumentos da antigüida<strong>de</strong>; é principalmente relegado, por<br />

sua elegância, ao plano e conduta gerais do poema. Celebra a bonda<strong>de</strong> e a misericórdia <strong>de</strong> Deus<br />

para com a humanida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstradas na assistência e conforto imediatos que Ele propicia, nas<br />

mais severas calamida<strong>de</strong>s, aos que imploram piedosamente seu auxílio: em primeiro lugar, aos que<br />

peregrinam no <strong>de</strong>serto e experimentam os horrores da fome; em segundo, aos que estão cativos;<br />

também, aos que são afligidos por enfermida<strong>de</strong>s; e, finalmente, aos que se vêem à <strong>de</strong>riva no oceano.<br />

A prolixida<strong>de</strong> do argumento é aliviada ocasionalmente por narrativa; e são adicionados abundantes<br />

exemplos da severida<strong>de</strong> divina em punir os perversos, bem como <strong>de</strong> sua benignida<strong>de</strong> em prol do<br />

piedoso e virtuoso” – Lectures on the Sacred Poetry of the Hebrews, <strong>Vol</strong>. II, p. 376.<br />

2 “Que os redimidos <strong>de</strong> Jehovah digam, ou seja, o que está expresso na última parte do<br />

versículo prece<strong>de</strong>nte: que sua misericórdia dura para sempre. Ver Salmo 118.1 e versículos seguintes”<br />

– Phillips.<br />

da mão ou do po<strong>de</strong>r do inimigo. Lutero o traduziu aus Noth, da miséria; cuja tradução ‏,מיד־צר“‏ 3<br />

é seguida por Hengstenberg, o qual observa que צר (miséria) é aqui personificada e representada<br />

como um inimigo perigoso que tem Israel em suas mãos. Em todo o Salmo o discurso não é<br />

concernente a inimigos, mas somente sobre a pobreza ou miséria. Ver os versículos 6 e 13. Provavelmente<br />

ele esteja certo, pois é duvidoso que צר signifique um inimigo, exceto, talvez, em umas<br />

poucas passagens nos últimos livros da Bíblia” – Phillips.<br />

4 A palavra original é ומים (“e do mar”); e com isso concordam todas as versões antigas, e a<br />

Caldaica que o interpreta como sendo o Mar do Sul. ים é freqüentemente usada para expressar o<br />

mar Mediterrâneo. E porque este se encontra ao oci<strong>de</strong>nte da Judéia, esta palavra veio a significar<br />

geralmente o Oci<strong>de</strong>nte, quando empregada para expressar um dos pontos car<strong>de</strong>ais [Gn 12.8; Êx<br />

ים 10.19]. Mas é também usada para se referir ao mar Vermelho, como em <strong>Salmos</strong> 114.3, on<strong>de</strong><br />

expressa absolutamente por יםסוף (“que está ao sul da Judéia”), e daí a palavra po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>notar o<br />

ponto sul. Hare, Secker, Kennicott e Horsley, preferem ‏,מימין “do sul”. Gesenius e Hengstenberg são<br />

da opinião, evi<strong>de</strong>ntemente sem razão plausível, <strong>de</strong> que ‏,ים tanto nesta passagem quanto em Isaías<br />

49.12, on<strong>de</strong> ela é também anexada a צפון (o norte), significa o Oci<strong>de</strong>nte.<br />

5 “Ou, Ils se sont fourvoyez au <strong>de</strong>sert tous seulets” – fr. marg. “Ou, vaguearam solitários pelo<br />

<strong>de</strong>serto.”

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