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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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236 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tomar vingança contra eles? As Escrituras usam amiú<strong>de</strong> a palavra dias<br />

neste sentido. Por exemplo, “os dias do Egito” [Ez 30.9]; “os dias <strong>de</strong><br />

Babilônia” e “os dias <strong>de</strong> Jerusalém” [Sl 137.7]. Essa palavra, em outras<br />

passagens, significa “o dia da visitação” [Is 10.3]. Pelo uso do plural,<br />

<strong>de</strong>nota-se certa porção <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> tempo, o que, em outros lugares,<br />

é comparado aos “dias do jornaleiro” [Jó 14.6; Is 16.14]. Portanto,<br />

o salmista não está <strong>de</strong>plorando a vida transitória do homem; antes,<br />

ele se queixa <strong>de</strong> que o tempo <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> conflito neste mundo<br />

tem durado muito tempo; por isso, <strong>de</strong>seja naturalmente que esse estado<br />

seja levado ao final. Ao falar com Deus sobre suas dificulda<strong>de</strong>s, o<br />

salmista não age obstinadamente, nem com espírito <strong>de</strong> murmuração.<br />

Todavia, ao indagar até quando lhe seria necessário sofrer, ele roga<br />

humil<strong>de</strong>mente que Deus não <strong>de</strong>more mais o seu socorro. Quanto à<br />

questão <strong>de</strong> sentir-se instigado a orar por vingança, já vimos em outras<br />

passagens qual o sentido em que lhe era lícito fazer tal pedido; ou seja,<br />

a vingança que ele <strong>de</strong>sejava se a<strong>de</strong>quava bem ao caráter <strong>de</strong> Deus. É<br />

certo que ele se <strong>de</strong>spia <strong>de</strong> todas as afeições corruptas da carne, para<br />

que, com zelo puro e imperturbável, aspirasse ao juízo divino. No entanto,<br />

nesta passagem, ele só <strong>de</strong>seja, em termos gerais, ser libertado<br />

pela mão divina dos erros que lhe eram atribuídos, sem con<strong>de</strong>nar à<br />

perdição <strong>de</strong> seus adversários, pois ele estaria satisfeito, se Deus interviesse<br />

para <strong>de</strong>fendê-lo.<br />

85. Os soberbos 31 cavaram poços para mim. Ele se queixa <strong>de</strong><br />

que vivia cercado pelas frau<strong>de</strong>s e ardis <strong>de</strong> seus inimigos, como se<br />

quisesse dizer: Eles não somente se empenharam por me prejudicar,<br />

por meio da força pública e da violência da espada, mas também<br />

Escritura, (os soberbos). Soberbos, aqui, bem como em muitas outras passagens da זדים“‏ 31<br />

representa os homens ímpios e iníquos. Assim, a versão da Septuaginta é ; a da Vulgata,<br />

iniqui. O relativo אשר refere-se a שיחות (poços). Muitos, como Amyraldus, parafraseiam a última<br />

parte do versículo assim: ‘At retia illa, cum lege tua directe pugnant’. Outros fazem <strong>de</strong> זדים o<br />

antece<strong>de</strong>nte, e disso consi<strong>de</strong>ram o segundo hemistíquio como <strong>de</strong>scritivo. “Os soberbos, que não<br />

têm agido em conformida<strong>de</strong> com tua lei, têm cavado poços para mim.” O sentido é mais óbvio, se<br />

está <strong>de</strong> acordo com esta última exposição; pois não percebemos bom sentido na expressão “cavar<br />

poços” que não são <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a lei <strong>de</strong> Deus, como se pu<strong>de</strong>ssem ser cavados poços que<br />

são <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a lei” – Phillips.

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