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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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82 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong>sprezível, os quais as tratam com escárnio ímpio. A Septuaginta<br />

traduziu a expressão assim: procurado em todas as suas vonta<strong>de</strong>s,<br />

Agostinho aproveitou o ensejo, com excelência filosófica, para indagar:<br />

Como po<strong>de</strong> haver ou, pelo menos, parece haver em Deus pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s? E, <strong>de</strong> fato, esta é uma consi<strong>de</strong>ração agradável: embora<br />

Deus manifeste sua vonta<strong>de</strong> em sua lei, há outro propósito secreto<br />

pelo qual Ele é guiado na maravilhosa administração das ativida<strong>de</strong>s<br />

humanas. Essa doutrina é irrelevante à exposição <strong>de</strong>sta passagem.<br />

3. Sua obra é bela. Há quem o traduza por esplendor. O significado<br />

da sentença é este: todo ato <strong>de</strong> Deus está repleto <strong>de</strong> majesta<strong>de</strong> gloriosa.<br />

Na parte seguinte do versículo, ele especifica claramente em que<br />

consiste esta beleza e magnificência, <strong>de</strong>clarando que a justiça <strong>de</strong> Deus<br />

é evi<strong>de</strong>nte em toda parte. O <strong>de</strong>sígnio divino não é fornecer-nos uma<br />

plena exibição <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e soberania em suas obras, o que encheria<br />

nossas mentes <strong>de</strong> terror, e sim dar-nos uma exibição <strong>de</strong> sua justiça <strong>de</strong><br />

maneira tão atraente, que cativa nosso coração. Este enaltecimento<br />

das obras e caminhos <strong>de</strong> Deus é introduzido em oposição ao clamor<br />

e calúnia dos ímpios, pelos quais eles se empenham perversamente,<br />

no máximo <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r, em <strong>de</strong>sfigurar e <strong>de</strong>negrir a glória das obras<br />

<strong>de</strong> Deus. No versículo seguinte, o salmista enaltece ele mais <strong>de</strong> modo<br />

mais específico as maravilhosas obras em que Deus manifesta, principalmente,<br />

o seu po<strong>de</strong>r. Fez com que suas maravilhosas obras fossem<br />

lembradas equivale a tornar as obras dignas <strong>de</strong> serem lembradas ou<br />

fazer que sua fama continue para sempre. 5 E, havendo anteriormente<br />

nos convocado a contemplar sua justiça, agora, <strong>de</strong> igual modo e quase<br />

nos mesmos termos, o salmista celebra a graça e a misericórdia <strong>de</strong><br />

Deus, principalmente em relação a suas obras, porque aquela justiça<br />

que Ele exibe na preservação e proteção <strong>de</strong> seu povo flui da fonte do<br />

favor imerecido que mantém para com eles.<br />

em זכרון o mesmo que ‏,זכר maravilhosas. Ele fez para si um memorial em suas obras ‏.זכר עשה“‏ 5<br />

Números 17.5. Por isso, a Septuaginta, em Êxodo 17.14, traduz זכר por (nome); conseqüentemente,<br />

זכר עשה po<strong>de</strong> significar Ele fez para si um nome; isto é, suas obras maravilhosas existirão<br />

como memorial <strong>de</strong> seu nome” – Phillips.

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