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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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28 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

No entanto, não basta meramente observar que essas espantosas<br />

revoluções da superfície da terra são o resultado do propósito<br />

governante <strong>de</strong> Deus, a menos que observemos, em segundo lugar, o<br />

que o profeta não omite, a saber, que a terra continua sob a maldição<br />

divina em <strong>de</strong>corrência da iniqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus habitantes, os quais provam<br />

que não merecem ser tão abundantemente sustentados por sua<br />

generosa mão.<br />

Deus faz surgir lagoas e mananciais <strong>de</strong> água para a manutenção<br />

dos campos ou dos países, a fim <strong>de</strong> que tenham abundância <strong>de</strong> água;<br />

porquanto a nutrição das plantas requer umida<strong>de</strong>, por meio da qual<br />

elas produzem fruto. O termo salinida<strong>de</strong> é empregado metaforicamente,<br />

visto não haver nada mais estéril do que o sal. Por isso, Cristo<br />

disse: “Se o sal per<strong>de</strong>r seu sabor, a que outro propósito ele serviria?”<br />

[Mc 9.50]; <strong>de</strong> fato, nem mesmo para a ari<strong>de</strong>z. E, conseqüentemente,<br />

quando os homens planejam con<strong>de</strong>nar algum lugar a permanecer improdutivo,<br />

geralmente o semeiam com sal. É provável que, em alusão a<br />

esse antigo costume, o profeta diz que a terra foi coberta com sal.<br />

35. Converte o <strong>de</strong>serto em lagoas. Esta mudança, em contraste<br />

com a anterior, põe o miraculoso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus numa posição mais luminosa.<br />

Porque, se os campos <strong>de</strong>ixassem <strong>de</strong> ser tão produtivos como<br />

nos tempos anteriores, os homens do mundo, como era comum outrora,<br />

atribuiriam isso ao fato <strong>de</strong> que às freqüentes colheitas exauriam<br />

seu vigor produtivo. Mas, o que faz os solos ressequidos se tornarem<br />

tão infrutíferos, que po<strong>de</strong>ríamos até dizer que a atmosfera, bem como<br />

própria natureza do solo, sofreram certa mudança? Não é o fato <strong>de</strong><br />

que Deus faz uma maravilhosa exibição <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e benevolência?<br />

Por isso, o profeta, com toda razão, diz que os <strong>de</strong>sertos foram convertidos<br />

em lagoas, <strong>de</strong> modo que as cida<strong>de</strong>s populosas possam expandir-se<br />

em direção a lugares <strong>de</strong>vastados e não cultiváveis, on<strong>de</strong> outrora não<br />

havia uma única choupana. Pois é improvável que a natureza do solo<br />

seja mudada, assim como é improvável mudar o curso do sol e das<br />

estrelas.<br />

A frase faz habitar ali os famintos po<strong>de</strong> significar ou que eles

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