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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 119 • 299<br />

que se persua<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Deus é o seu libertador, que apóia e firma sua<br />

mente nas divinas promessas também se esforçará para vencer o mal<br />

com o bem.<br />

158. Eu vi os pérfidos e os repreendi. Neste versículo, o salmista<br />

vai mais além, <strong>de</strong>clarando que se sentia inflamado <strong>de</strong> santo zelo,<br />

quando via a lei <strong>de</strong> Deus ser <strong>de</strong>sprezada pelos ímpios. Entretanto,<br />

os expositores não estão concor<strong>de</strong>s quanto a uma palavra no texto,<br />

a saber, o verbo אתקוטטה (ethkotatah), que traduzimos por repreen<strong>de</strong>r,<br />

<strong>de</strong>rivando-a alguns <strong>de</strong> קוט (kut), que, às vezes, significa <strong>de</strong>bater<br />

ou conten<strong>de</strong>r com, estando na conjugação hithpael; enquanto outros a<br />

<strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> קטט (karat), que significa matar ou <strong>de</strong>struir. Adoto a primeira<br />

interpretação, porque é mais geralmente aceita entre os eruditos e<br />

mais apropriada. O profeta ensina que se sentia inflamado <strong>de</strong> tal zelo<br />

pela lei <strong>de</strong> Deus, que já não podia suportar os motejos ímpios dirigidos<br />

contra ela.<br />

O verbo <strong>de</strong>bater po<strong>de</strong> muito ser entendido tanto a respeito da<br />

aborrecimento ou ira que ele sentia no íntimo como a respeito da repreensão<br />

que ministrava abertamente aos <strong>de</strong>sprezadores <strong>de</strong> Deus. Por<br />

isso, há quem o traduza: eu estremecia ou eu ficava angustiado. 73 Com<br />

certeza, ninguém <strong>de</strong>baterá com outros para manter a glória <strong>de</strong> Deus,<br />

senão aquele que primeiramente aborrecer-se em seu íntimo e sentir<br />

seu coração angustiado; assim como, por outro lado, após essa santa<br />

indignação, quase sempre haverá uma transição, ou seja, passar do<br />

pensamento ao fato concreto. 74 Em suma, somos admoestados pelo<br />

exemplo do profeta que <strong>de</strong>vemos sentir, ante o <strong>de</strong>sprezo pela Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus, um <strong>de</strong>sprazer tão forte, que nosso coração arda até ao ponto<br />

<strong>de</strong> repreen<strong>de</strong>r tal <strong>de</strong>sprezo. Em primeiro lugar, <strong>de</strong>ixemos que a tristeza<br />

nos afete interiormente; em seguida, sempre que houver oportunida<strong>de</strong>,<br />

envi<strong>de</strong>mos esforços para repreen<strong>de</strong>r a obstinação e soberba dos<br />

perversos; e não <strong>de</strong>ixemos <strong>de</strong> fazer isso, por temermos provocar o<br />

73 “Invasit me horror” — Piscator.<br />

74 “C’est a dire, on vient <strong>de</strong> la pensee a l’effect” — fr.

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