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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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352 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong>svencilharem <strong>de</strong>sta dificulda<strong>de</strong>, alguns observam que o salmo <strong>de</strong>screve<br />

profeticamente aquilo que ainda não suce<strong>de</strong>ra. Contudo, esta<br />

é uma conjectura forçada, pois o profeta, ao fala <strong>de</strong> coisas futuras,<br />

geralmente o faz <strong>de</strong> um modo diferente. É mais provável que aqui Davi<br />

apresente uma história conhecida e exorta os fiéis a refletirem sobre o<br />

socorro divino que já haviam experimentado. Todavia, não ouso limitar<br />

ao tempo <strong>de</strong> Davi o que aqui se expressa. De fato, é verda<strong>de</strong> que as<br />

nações pagãs costumavam <strong>de</strong>flagrar guerra contra o povo <strong>de</strong> Deus, armados<br />

com tal po<strong>de</strong>r, que vinham <strong>de</strong>terminados a esmagá-los <strong>de</strong> todo,<br />

com a impetuosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dilúvio; mas, como Davi não especifica nenhum<br />

exemplo particular, não penso que ele <strong>de</strong>ve ser entendido como<br />

a celebrar um único livramento, e sim, incluindo <strong>de</strong> modo geral, todos<br />

as ocasiões em que Deus socorrera sua Igreja. Os pagãos, em muitas<br />

épocas diferentes, como bem sabemos, se insurgiram contra a Igreja,<br />

com exércitos tão po<strong>de</strong>rosos, que ela quase foi levada à <strong>de</strong>struição.<br />

Davi representa, como num espelho, a condição incerta e mutável da<br />

Igreja, como se <strong>de</strong>u <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, a fim <strong>de</strong> ensinar aos fiéis que<br />

a estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les não se <strong>de</strong>via à sua própria força intrínseca, mas<br />

que fora preservada pela maravilhosa graça <strong>de</strong> Deus; também para<br />

habituá-los a invocar a Deus em meio aos perigos.<br />

2. Se não fora Jehovah, que esteve ao nosso lado. Não é sem<br />

motivo que ele repete duas vezes a mesma sentença. Sempre que<br />

estamos em perigo, nosso temor é imo<strong>de</strong>rado; mas, logo que somos<br />

libertados, amenizamos a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> nossa calamida<strong>de</strong>; e Satanás,<br />

enganando-nos por meio <strong>de</strong>ste artifício, nos leva a obscurecer a graça<br />

<strong>de</strong> Deus. Visto que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> havermos sido miraculosamente preservados<br />

pelo Senhor, na maioria das vezes inventamos para nós toda<br />

sorte <strong>de</strong> circunstâncias imaginárias, a fim <strong>de</strong> dissipar <strong>de</strong> nossa mente<br />

a lembrança da graça <strong>de</strong> Deus. Davi, por apresentar-nos o povo como<br />

que abalado por espanto, insiste intencionalmente na ampliação do<br />

perigo. Estas palavras colocam um freio em nós, para nos manter em<br />

meditação sobre nossos perigos, a fim <strong>de</strong> que o senso da graça <strong>de</strong><br />

Deus não <strong>de</strong>svaneça em nossa mente.

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