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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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382 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Nos tempos antigos, como bem sabemos, as assembléias judiciais 8<br />

se reuniam junto às portas das cida<strong>de</strong>s. Aqui, o salmista fala da porta<br />

como alguém falaria, no tempo presente, sobre o tribunal, ou as<br />

cortes, ou o senado. Devemos observar que o salmista louva principalmente<br />

nos filhos o valor <strong>de</strong>les. Na cláusula anterior, ele comparou<br />

a flechas os filhos dotados <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong> e excelência <strong>de</strong> natureza. Ora,<br />

para que ninguém dê uma interpretação violenta a esta comparação,<br />

como se a intenção fosse permitir que seus filhos, como ladrões, se<br />

precipitassem no caminho da malda<strong>de</strong>, inconscientes do certo e do<br />

errado, o salmista apresenta expressamente a virtu<strong>de</strong> e a integrida<strong>de</strong><br />

moral como elementos que constituem a proteção que os filhos <strong>de</strong>vem<br />

propiciar aos pais. Assim, ele nos ensina que os filhos que <strong>de</strong>vemos<br />

<strong>de</strong>sejar não são tais que possam oprimir violentamente o miserável e<br />

sofredor, ou superar outros na astúcia e frau<strong>de</strong>, ou acumular gran<strong>de</strong>s<br />

riquezas por meios ilícitos, ou adquirir para si autorida<strong>de</strong> tirânica; e<br />

sim filhos que amem a prática da retidão e sejam dispostos a viver<br />

em obediência às leis, preparados a prestar conta <strong>de</strong> sua vida. Além<br />

do mais, embora os pais <strong>de</strong>vam criar diligentemente seus filhos sob<br />

um sistema <strong>de</strong> disciplina santa, <strong>de</strong>vem lembrar-se <strong>de</strong> que nunca terão<br />

êxito em atingir seu objetivo almejado, se não por meio da especial<br />

graça <strong>de</strong> Deus. Salomão também sugere que, por mais que nos <strong>de</strong>diquemos<br />

à prática da integrida<strong>de</strong>, nunca viveremos sem <strong>de</strong>tratores e<br />

caluniadores, pois, se a integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida fosse isenta <strong>de</strong> toda calúnia,<br />

não teríamos nenhum conflito com nossos inimigos.<br />

8 “Legitimos conventus” — lat. “Les assemblees Judiciales” — fr.

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