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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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376 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

acompanha nossos esforços permaneça exclusivamente com Deus. A<br />

divisão que muitos engendram – atribuindo meta<strong>de</strong> do louvor àquele<br />

que tem se esforçado bravamente, enquanto reserva a outra meta<strong>de</strong><br />

para Deus – é merecedora <strong>de</strong> toda con<strong>de</strong>nação. A bênção <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve<br />

ter o mérito total e ocupar exclusivamente o trono.<br />

Ora, se nossa condição terrena <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> inteiramente do beneplácito<br />

<strong>de</strong> Deus, como po<strong>de</strong>mos nos exaltar? Quando uma casa é<br />

planejada ou se escolhe certa maneira <strong>de</strong> viver – sim, mesmo quando<br />

se promulgam leis e se administra justiça, tudo isso nada mais é do<br />

que rastejar pela terra. No entanto, o Espírito Santo <strong>de</strong>clara que todos<br />

os nossos empreendimentos nesta vereda são infrutíferos e sem qualquer<br />

valor. E menos tolerável é a insensatez daqueles que se esforçam<br />

por entrar no céu mediante seu próprio po<strong>de</strong>r. Além do mais, po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>duzir <strong>de</strong>sta doutrina que não é surpreen<strong>de</strong>nte encontrarmos, nos<br />

dias atuais, a situação do mundo em total perturbação e confusão. E,<br />

<strong>de</strong> fato, é a situação é esta mesma: a justiça é repelida das cida<strong>de</strong>s;<br />

esposo e esposa se acusam mutuamente; pais e mães se queixam <strong>de</strong><br />

seus filhos. Em suma, todos <strong>de</strong>ploram sua própria condição. Como são<br />

poucos aqueles que, em sua vocação, se voltam para Deus e não se<br />

exaltam perversamente, por se <strong>de</strong>ixarem inflar pela arrogância! Por<br />

isso, Deus, agindo com razão, outorga essa dolorosa recompensa a<br />

homens ingratos, quando é <strong>de</strong>fraudado <strong>de</strong> sua honra. Mas, se todos os<br />

homens se submetessem humil<strong>de</strong>mente à providência <strong>de</strong> Deus, sem<br />

dúvida alguma, a bênção aqui recomenda por Salomão iluminaria todos<br />

os setores <strong>de</strong> nossa vida, pública ou particular.<br />

O verbo עמל (amal), que traduzimos por trabalhar, significa não só<br />

empregar alguém em uma ou outra coisa, mas também ocupar-se até<br />

ao ponto <strong>de</strong> cansaço e inquietação. Já disse que <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r a<br />

palavra guardas não somente como que referindo-se aos que são <strong>de</strong>signados<br />

a manter vigilância, mas também a todos os magistrados e<br />

juízes. Se são caracterizados com vigilância, esta é um dom <strong>de</strong> Deus.<br />

No entanto, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra vigilância – a <strong>de</strong> Deus, pois, a não<br />

ser que Ele mantenha sua vigilância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o céu, nenhuma perspicácia

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