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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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498 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

como o resultado <strong>de</strong> haver compreendido a sua existência perante o<br />

tribunal <strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong> haver refletido sobre a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escapar<br />

dos olhos dAquele que perscruta todos os lugares profundos,<br />

ele estabelece agora a resolução <strong>de</strong> viver uma vida santa e piedosa.<br />

Ao <strong>de</strong>clarar seu ódio por aqueles que <strong>de</strong>sprezavam a Deus, o salmista<br />

assevera por meio <strong>de</strong>ssa atitu<strong>de</strong> a sua própria integrida<strong>de</strong>, não como<br />

alguém que estava isento <strong>de</strong> todo pecado, mas como alguém <strong>de</strong>dicado<br />

à pieda<strong>de</strong>. Por isso, em seu coração, ele <strong>de</strong>testava tudo que era contrário<br />

a ela. Nosso apego à pieda<strong>de</strong> será interiormente <strong>de</strong>ficiente, se<br />

não produzir aversão ao pecado, tal como Davi fala neste versículo. Se<br />

esse zelo pela casa do Senhor, o qual Davi menciona em outro lugar [Sl<br />

69.9], ar<strong>de</strong> em nosso coração, é uma indiferença imperdoável contemplar<br />

em silêncio a justa lei <strong>de</strong> Deus ser violada e ver o seu santo nome<br />

ser <strong>de</strong>sprezado pelos perversos. Quanto à última palavra do versículo,<br />

en- (kut), ela significa disputar com ou conten<strong>de</strong>r e, aqui, po<strong>de</strong> ser קוט<br />

tendida como que retendo o mesmo sentido da conjugação Hithpael, a<br />

menos que pensemos que Davi estava dizendo mais particularmente<br />

que se inflamava a ponto <strong>de</strong> estimular sua mente a conten<strong>de</strong>r com<br />

eles. Assim, observamos que o salmista se manteve em incansável <strong>de</strong>fesa<br />

da glória <strong>de</strong> Deus, não levando em conta o ódio do mundo inteiro<br />

e guerreando contra todos os obreiros da iniqüida<strong>de</strong>.<br />

22. Eu os o<strong>de</strong>io com ódio perfeito. Literalmente, temos: Eu os<br />

o<strong>de</strong>io com perfeição <strong>de</strong> ódio. Ele reitera a verda<strong>de</strong> dita anteriormente,<br />

ou seja, que sua estima pela glória <strong>de</strong> Deus era tal que nada teria em<br />

comum com aqueles que O <strong>de</strong>sprezavam. Em termos gerais, o salmista<br />

afirma que não <strong>de</strong>u qualquer sanção às obras das trevas, pois quem<br />

é conivente com o pecado e o estimula, por meio do silêncio, trai<br />

impiamente a causa <strong>de</strong> Deus, visto que Ele entregou em nossas mãos a<br />

vindicação da justiça. O exemplo <strong>de</strong> Davi <strong>de</strong>ve nos ensinar a sobrepujar,<br />

com espírito sublime e ousado, toda consi<strong>de</strong>ração pela inimiza<strong>de</strong><br />

dos perversos, quando o assunto diz respeito à honra <strong>de</strong> Deus, e a<br />

renunciar todas as amiza<strong>de</strong>s terrenas, em vez <strong>de</strong> cortejarmos, falsamente,<br />

com bajulação, o favor daqueles que fazem tudo para atrair

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