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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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304 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

162. Tenho me regozijado em tua palavra, como alguém que<br />

achou gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spojo. Sabemos muito bem que nenhuma riqueza<br />

traz maior alegria do que aquele que os conquistadores obtêm do <strong>de</strong>spojamento<br />

<strong>de</strong> seus inimigos. Pois à riqueza acrescenta-se a glória do<br />

triunfo; e, quando a riqueza vem <strong>de</strong> repente, o <strong>de</strong>leite experimentado<br />

é, à luz <strong>de</strong>ssa circunstância, ainda maior. Esta é a razão por que Davi<br />

compara o conhecimento que obtivera da doutrina celestial com <strong>de</strong>spojos,<br />

mais do que com outras riquezas, pois com estas palavras ele<br />

notifica que sua maior alegria era <strong>de</strong>rivada da Palavra <strong>de</strong> Deus, com a<br />

qual nenhuma riqueza, por mais <strong>de</strong>sejável seja, é comparável. Deste<br />

fato apren<strong>de</strong>mos que o salmista vivia contente com a Palavra <strong>de</strong> Deus,<br />

como algo que era todo o seu <strong>de</strong>leite e no qual achara felicida<strong>de</strong> duradoura.<br />

E tal felicida<strong>de</strong> só po<strong>de</strong>ria existir se ele tivesse, primeiramente,<br />

esquivado o seu coração <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong>pravados. Não é surpreen<strong>de</strong>nte<br />

acharmos Davi fundamentando uma vida totalmente feliz<br />

na Palavra <strong>de</strong> Deus, na qual, ele bem sabia, estava o tesouro da vida<br />

eterna, que lhe era oferecido por meio da adoção soberana.<br />

163. Tenho odiado e abominado o engano. Neste versículo, ele<br />

<strong>de</strong>clara mais distintamente aquilo sobre o que adverti um pouco antes,<br />

ou seja, que ele fora purificado das afeições corruptas, para que <strong>de</strong>sse<br />

à lei <strong>de</strong> Deus a honra e a estima que ela merecia. Visto que em outra<br />

passagem abordamos quase a mesma sentença, falarei <strong>de</strong> modo sucinto<br />

sobre a razão por que o profeta afirma que odiava o engano antes <strong>de</strong> falar<br />

sobre o seu amor e <strong>de</strong>voção à lei. Como a hipocrisia é, por natureza,<br />

inerente ao coração <strong>de</strong> todos os homens e como somos naturalmente<br />

inclinados à vaida<strong>de</strong> e ao fingimento, precisamos labutar diligentemente<br />

por purificar nossos corações, para que reine neles o amor pela lei.<br />

Ora, se o princípio <strong>de</strong> uma vida boa e o primeiro ponto da justiça é odiar<br />

e aborrecer o engano, segue-se que nada é mais excelente do que a integrida<strong>de</strong>;<br />

pois, a menos que a virtu<strong>de</strong> mantenha o lugar principal, todas<br />

as <strong>de</strong>mais virtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>saparecerão bem <strong>de</strong>pressa. Tampouco abominar<br />

é adicionado a odiar <strong>de</strong> modo supérfluo, pois o propósito é ensinar-nos<br />

que não basta odiar a falsida<strong>de</strong> com um ódio comum e que os filhos <strong>de</strong>

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