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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 126 • 369<br />

regressado. A sua terra estava nas mãos <strong>de</strong> estrangeiros, que eram,<br />

todos, seus inveterados e ajuramentados inimigos. Por isso, os que<br />

haviam regressado não eram menos cativos em seu próprio país do<br />

que entre os babilônios. Dois motivos tornavam imprescindível que<br />

a Igreja rogasse fervorosamente a Deus que congregasse os que estavam<br />

dispersos. Primeira: que Ele injetasse ânimo nos tímidos, nos<br />

enfraquecidos e entorpecidos, fizesse os insensatos abandonarem<br />

seus <strong>de</strong>leites e esten<strong>de</strong>sse sua mão a guiar todos. Segunda: que ele<br />

estabelecesse a corporação dos que haviam regressado em liberda<strong>de</strong><br />

e tranqüilida<strong>de</strong>.<br />

Quanto à comparação que achamos em seguida, muitos crêem<br />

que o sentido é este: trazer <strong>de</strong> volta <strong>de</strong> seu cativeiro aqueles em favor<br />

dos quais haviam orado seria tão gratificante como se água emanasse<br />

do <strong>de</strong>serto. 9 Bem sabemos quão árduo e doloroso é viajar em um<br />

país quente, através <strong>de</strong> areias escaldantes. O sul é entendido como<br />

sinônimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>serto, porque a região ao sul da Judéia era estéril e quase<br />

inabitável. No entanto, parece-me mais justo dizer que a graça <strong>de</strong><br />

Deus é aqui enaltecida e mais ampliada pelo fato <strong>de</strong> que o profeta a<br />

comparação com um milagre. Em essência, ele diz: “Embora seja difícil<br />

o remanescente disperso ser novamente congregado em um corpo,<br />

Deus po<strong>de</strong> fazer isso, se quiser, assim como po<strong>de</strong> fazer que rios <strong>de</strong><br />

água emanem <strong>de</strong> um <strong>de</strong>serto ressequido”. Ao mesmo tempo, ele faz<br />

alusão à estrada que ligava a Judéia à Babilônia, como transparece da<br />

situação dos dois países. Assim as palavras não <strong>de</strong>mandarão qualquer<br />

suplemento, e este é o significado: ao serem trazidos <strong>de</strong> volta <strong>de</strong> seu<br />

cativeiro, eles seriam como um rio que corre através <strong>de</strong> um país estéril<br />

e escaldante. E, certamente, abrir um caminho para um povo, por<br />

assim dizer, tragado por um abismo profundo seria semelhante a um<br />

leito aberto para que águas <strong>de</strong> irrigação fluíssem pelo <strong>de</strong>serto.<br />

9 Walford traduz: “Como as correntes do sul”. “Nos distritos sulinos da Palestina e Arábia”, diz<br />

ele, “o calor é tão veemente durante algumas estações, que seca por completo os rios e esturrica o<br />

solo. Quando vêm as chuvas, as torrentes fluem outra vez, o solo é refrigerado e se torna ver<strong>de</strong>jante<br />

– uma <strong>de</strong>leitosa imagem da alegria experimentada pelos cativos em seu regresso à terra natal”.

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