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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 148 • 585<br />

as estrelas e os anjos e, portanto, o próprio céu, a atmosfera e tudo<br />

que pertence ao céu. Em seguida, ele faz uma divisão quando convoca<br />

inicialmente os anjos, <strong>de</strong>pois, as estrelas e as águas do firmamento.<br />

Com respeito aos anjos, criados para a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem imediatos<br />

neste serviço religioso, não precisamos nos maravilhar <strong>de</strong> que sejam<br />

colocados em primeiro lugar, quando o salmista se reporta aos louvores<br />

<strong>de</strong> Deus. De acordo com isso, naquela notável visão <strong>de</strong>scrita<br />

por Isaías, os querubins clamavam: “Santo, Santo, Santo é o Se n h o r<br />

dos Exércitos” [Is 6.3]. Em várias outras passagens das Escrituras, os<br />

anjos são representados como a louvar a Deus por essas qualida<strong>de</strong>s.<br />

Um zelo como o <strong>de</strong>les necessita <strong>de</strong> exortações? Ou, se precisavam <strong>de</strong><br />

exortações, o que po<strong>de</strong> ser mais impróprio do que nós, tão indolentes<br />

no serviço, cumprirmos a função <strong>de</strong> exortá-los ao seu <strong>de</strong>ver? Davi, que<br />

não se igualava aos anjos em seu zelo, mas seguia atrás <strong>de</strong>les, não era<br />

qualificado a ser um exortador dos anjos. Mas isso não estava em seu<br />

propósito; ele queria apenas testificar que o auge <strong>de</strong> sua felicida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>sejo era unir-se, num concerto santo, aos anjos eleitos em louvar a<br />

Deus. E não há nada irracional no fato <strong>de</strong> que, para estimular-se a louvar<br />

a Deus, invocou a companhia dos anjos, embora estes se envolvam<br />

espontaneamente no serviço e estejam mais capacitados a li<strong>de</strong>rar o<br />

louvor. Ele os chama, na segunda parte do versículo, <strong>de</strong> exércitos <strong>de</strong><br />

Deus, pois estavam sempre prontos a receber or<strong>de</strong>ns dEle. Como disse<br />

Daniel: “Milhares <strong>de</strong> milhares o serviam” [Dn 7.10]. O mesmo título se<br />

aplica também às estrelas, talvez porque elas são notáveis pela or<strong>de</strong>m<br />

que mantêm entre si ou porque executam com inconcebível rapi<strong>de</strong>z<br />

as or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Deus. Todavia, os anjos são aqui chamados <strong>de</strong> exércitos<br />

pelo mesma razão por que em outros lugares são chamados <strong>de</strong> principados<br />

e po<strong>de</strong>res, visto que Deus exerce seu po<strong>de</strong>r por meio <strong>de</strong>les.<br />

3. Louvai-o, sol e lua. Esta passagem não sustenta o sonho <strong>de</strong><br />

Platão, <strong>de</strong> que as estrelas são superiores em senso e inteligência.<br />

Tampouco o salmista lhes dá o mesmo lugar que acabara <strong>de</strong> assinalar<br />

aos anjos. Apenas sugere que a glória <strong>de</strong> Deus é contemplada em toda<br />

parte, como se o sol e a lua entoassem os louvores <strong>de</strong> Deus com voz au-

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