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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 144 • 543<br />

como diz Salomão [Pv 11.21; 16.5], não tenho dúvida <strong>de</strong> que, nesta<br />

expressão, Davi se referia às pessoas falsas, traiçoeiras e pérfidas. As<br />

duas coisas, naturalmente, vão juntas no versículo – a língua mentirosa<br />

e a mão enganosa, significando que nada se po<strong>de</strong>ria esperar <strong>de</strong> suas<br />

promessas, visto que sua boca e sua mão se ocupavam em nada mais<br />

do que bajular e enganar.<br />

[vv. 9-11]<br />

A ti, ó Deus, eu cantarei um cântico novo. No nablum, no saltério, 11 te cantarei<br />

salmos. Dando salvação a reis, libertando a Davi, seu servo, da espada<br />

que fere. Livra-me e resgata-me da mão dos filhos do estranho; cuja<br />

boca tem falado falsida<strong>de</strong> e sua <strong>de</strong>stra é <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> engano.<br />

9. A ti, ó Deus, eu cantarei um cântico novo. Uma vez mais, o<br />

salmista se <strong>de</strong>dica, <strong>de</strong> forma bem pessoal, ao exercício <strong>de</strong> louvar a<br />

Deus, não duvidando que Ele continuaria esten<strong>de</strong>ndo aquelas misericórdias<br />

que antes lhe outorgara. Em outra passagem, chamei a atenção<br />

ao fato <strong>de</strong> que a expressão um cântico novo implica um cântico <strong>de</strong><br />

amiza<strong>de</strong> são imediatamente erguidas contra a vida e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus aliados” – Warner.<br />

11 Na versão francesa temos “no saltério, num instrumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>z cordas”. É evi<strong>de</strong>nte que<br />

Calvino supunha que aqui se mencionam dois instrumentos. No entanto, isso tem gerado dúvida.<br />

O texto hebraico é עשור בנבל (benebel asor), “com um nebel (ou saltério, como o termo é traduzido<br />

em nossa Bíblia inglesa) <strong>de</strong>z (encordoado)”. Disso é possível indicar apenas um instrumento<br />

עשור בנבל semelhantemente: <strong>de</strong> <strong>de</strong>z cordas – “o saltério <strong>de</strong> <strong>de</strong>z cordas”. Em <strong>Salmos</strong> 33.2 lemos,<br />

(benebel asor), “com o saltério <strong>de</strong>z (encordoado)”. No entanto, em <strong>Salmos</strong> 42.3, nebel e asor são<br />

representados como dois instrumentos musicais distintos. Lemos ali: נבל-ועלי עשור-עליא (ale-asor<br />

veale-nabel) — “no asor ou <strong>de</strong>z (instrumento encordoado) e no nebel ou saltério”. Mas, seja qual<br />

for a inferência extraída da ocorrência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> asor naquele texto, na passagem que<br />

ora consi<strong>de</strong>ramos e em <strong>Salmos</strong> 33.2, se pu<strong>de</strong>rmos julgar da estrutura, ela parece representar o<br />

número <strong>de</strong> cordas do nebel ou saltério ou uma varieda<strong>de</strong> particular daquele instrumento, e não<br />

um instrumento musical distinto. Com respeito ao nebel hebreu do qual vem o dos gregos<br />

e o nablum dos latinos, nossa informação é muito limitada e indistinta. Supõe-se ter sido ele um<br />

instrumento encordoado do tipo harpa ou lira; e parece ter sido <strong>de</strong> forma triangular. Como na Escritura<br />

não se nota a sua existência antes dos dias <strong>de</strong> Davi, não é consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> igual antigüida<strong>de</strong><br />

com algum outro instrumento musical. Era feito <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira preciosa, como apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> 1 Reis<br />

10.12, e, mais tar<strong>de</strong>, segundo Josefo, daquela espécie <strong>de</strong> metal precioso e misto chamado electrum.<br />

Visto que nas Escrituras Sagradas O fato <strong>de</strong> nunca é mencionado somente em conexão com o culto<br />

no santuário, alguns tem conjeturado que não era usado em particular e que, provavelmente, era<br />

maior e mais caro do que os outros instrumentos similares. Josefo diz que era tocado com os <strong>de</strong>dos<br />

e tinha doze cordas. Entretanto, o número <strong>de</strong> cordas tem variado segundo as circunstâncias.

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