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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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458 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

águas. Como estes elementos possuem forma esférica, as águas, se<br />

não fossem mantidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus limites, naturalmente cobririam<br />

a terra; mas isso não ocorre <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que Deus julgou conveniente<br />

garantir um lugar seguro para a habitação da família humana.<br />

Os próprios filósofos se vêem forçados a admitir esse fato como um<br />

<strong>de</strong> seus princípios e máximas. 5 A superfície expandida da terra e o espaço<br />

vazio, não coberto por águas, têm sido com razão consi<strong>de</strong>rados<br />

algumas das gran<strong>de</strong>s maravilhas <strong>de</strong> Deus. E são atribuídos à sua misericórdia,<br />

porque a única razão que Deus teve mover as águas <strong>de</strong> seu<br />

leito próprio foi a consi<strong>de</strong>ração que ele teve, em sua infinita bonda<strong>de</strong>,<br />

pelos interesses do homem.<br />

7. Aquele que fez os gran<strong>de</strong>s luzeiros. Moisés havia chamado<br />

o sol e a lua <strong>de</strong> os dois gran<strong>de</strong>s luzeiros. E há pouca dúvida <strong>de</strong> que<br />

o salmista tomou emprestada a mesma fraseologia. O que se acrescenta<br />

imediatamente sobre as estrelas é, por assim dizer, acessório<br />

aos <strong>de</strong>mais. É verda<strong>de</strong> que os <strong>de</strong>mais planetas são maiores que a lua,<br />

mas ela é <strong>de</strong>clarada como sendo o segundo em or<strong>de</strong>m por causa <strong>de</strong><br />

seus efeitos visíveis. O Espírito Santo não tinha a intenção <strong>de</strong> ensinar<br />

astronomia. E, ao elaborar instrução que Ele tencionava seria comum<br />

às pessoas mais simples e incultas, o Espírito Santo usou, por meio <strong>de</strong><br />

Moisés e dos outros profetas, a linguagem popular, para que ninguém<br />

se escon<strong>de</strong>sse sob o pretexto <strong>de</strong> obscurida<strong>de</strong>, pois vemos, às vezes,<br />

pessoas pretextando prontamente incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento,<br />

quando algo profundo ou difícil é submetido à observação <strong>de</strong>las. Conseqüentemente,<br />

como Saturno, embora maior do que a lua, não parece<br />

ser assim a olho nu, <strong>de</strong>vido à sua distância, o Espírito Santo quis falar<br />

aos humil<strong>de</strong>s e incultos em linguagem infantil, em vez <strong>de</strong> usar termos<br />

ininteligíveis. Po<strong>de</strong>mos fazer essa mesma observação quanto ao<br />

salmista acrescenta a respeito <strong>de</strong> haver Deus <strong>de</strong>signado ao sol e à lua<br />

suas respectivas funções, fazendo um governar o dia e o outro, a noite.<br />

E isso não <strong>de</strong>ve levar-nos a enten<strong>de</strong>r que eles exercem algum governo,<br />

5 “De mettre Ceci entre leurs principes et maximes” – fr.

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