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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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418 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

juramento assumiu uma forma um tanto temerária e severa <strong>de</strong>mais, visto<br />

que ele <strong>de</strong>clarou sua resolução <strong>de</strong> privar-se do sono, <strong>de</strong> seu alimento<br />

e do sustento comum da vida, até que separasse um lugar apropriado<br />

para o templo. Agir <strong>de</strong>ste modo seria <strong>de</strong>monstrar um zelo irrefletido,<br />

pois não lhe cabia prescrever a Deus o tempo, nem lhe era possível suportar<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> jejum ou <strong>de</strong> noites insones.<br />

Então, em que tempo achamos que esse voto foi tomado? De fato,<br />

estou ciente <strong>de</strong> que alguns escritores hebreus julgam ter sido naquele<br />

período em que Davi foi tomado <strong>de</strong> tremor diante do anjo. Todavia,<br />

sem negar que a porção <strong>de</strong> terra lhe foi <strong>de</strong>signada imediatamente após<br />

tal circunstância, afirmar que o pensamento que há muito estava na<br />

mente <strong>de</strong> Davi foi concebido naquele exato momento é uma conjetura<br />

totalmente forçada e <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> apoio. Tampouco nada nos impe<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> supor que a linguagem <strong>de</strong> Davi, aqui, <strong>de</strong>ve ser entendida como<br />

hipotética e que suas palavras não constituíram um voto na forma estrita<br />

<strong>de</strong>ste. O voto <strong>de</strong> Davi <strong>de</strong>ve ser entendido num sentido qualificado<br />

– ele nunca entraria em sua casa, nem subiria ao seu leito, sem sentir<br />

uma preocupação por este assunto. Davi se sentia persuadido <strong>de</strong> que<br />

o estabelecimento do santuário estava intimamente conectado com o<br />

estado do reino. E não <strong>de</strong>vemos ficar surpresos <strong>de</strong> que, enquanto ele<br />

era mantido na incerteza acerca do local do templo, dificilmente se<br />

sentia seguro quanto à sua própria coroa; tampouco se sentia apto a<br />

<strong>de</strong>sfrutar, com satisfação, dos confortos ordinários da vida.<br />

Entretanto, on<strong>de</strong> a Escritura mantém silêncio não po<strong>de</strong>mos dizer<br />

nada <strong>de</strong>finido. Posso <strong>de</strong>scartar essas coisas e adotar o que me parece<br />

a interpretação mais provável. Creio que o sentido da passagem po<strong>de</strong><br />

muito bem conter aquilo que tenho mencionado, ou seja: até ser informado<br />

do local <strong>de</strong>stinado à arca, Davi se via dominado por preocupação<br />

e ansieda<strong>de</strong>, enquanto morava em sua casa ou estava <strong>de</strong>itado em seu<br />

leito. Quanto ao voto em si mesmo, esta ou outras passagens não propiciam<br />

base para a suposição, como fazem os papistas, <strong>de</strong> que Deus<br />

aprova todo e qualquer voto que proferirmos, sem levar em conta a<br />

natureza dos votos. Votar a Deus aquilo que ele já <strong>de</strong>clarou ser-lhe agra-

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