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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 122 • 339<br />

<strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r isso como uma simples referência aos muros, ou<br />

torres, ou valas daquela cida<strong>de</strong>, mas principalmente à boa or<strong>de</strong>m e o<br />

governo santo pelos quais ela era distinguida, embora eu admita que<br />

há alguma alusão ao seu antigo estado. Salém fora uma cida<strong>de</strong> notável<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os mais antigos primórdios; mas, quando Deus a separou para<br />

ser a cabeça do reino, ela mudou sua aparência e, <strong>de</strong> certa maneira, a<br />

sua natureza, <strong>de</strong> modo que começou a merecer o nome <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> bem<br />

or<strong>de</strong>nada. À primeira vista, po<strong>de</strong> parecer um enaltecimento pobre chamar<br />

Jerusalém <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. Todavia, precisamos observar que, aqui, ela<br />

é exibida, por assim dizer, como se estivesse sozinha no mundo inteiro<br />

– assumindo a precedência <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s que, em vão,<br />

tentavam rivalizar com ela. Davi, ao falar nestes termos, certamente<br />

não tencionava <strong>de</strong>spir as <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s do título ao qual po<strong>de</strong>riam<br />

ter direito. Contudo, ele eleva Jerusalém acima das <strong>de</strong>mais para que<br />

ela aparecesse <strong>de</strong> modo evi<strong>de</strong>nte acima <strong>de</strong> todas as outras, tal como o<br />

achamos em Isaías 2.2, ao falar sobre o monte Sião: “Será estabelecido<br />

no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros”. Nesta passagem,<br />

o profeta, a fim <strong>de</strong> enaltecer este pequeno monte, menospreza os mais<br />

elevados montes do mundo, para que não obscurecessem a glória do<br />

monte Sião. De igual modo, aqui Davi afirma que Jerusalém é compacta<br />

como uma cida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> induzir os fiéis a que, em vez <strong>de</strong> mirarem<br />

todas as direções ao seu redor, <strong>de</strong>scansem contentes com a cida<strong>de</strong><br />

que Deus escolhera, visto que em parte alguma encontram uma que<br />

lhe seja rival. Depois <strong>de</strong> haver humilhado todas as <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s, ele<br />

mostra, em poucas palavras, a excelência <strong>de</strong> Jerusalém, representando-a<br />

como bem construída ou como apropriada e elegantemente bem<br />

distribuída em todas suas partes. Alguns enten<strong>de</strong>m estas palavras <strong>de</strong><br />

Davi como que expressando literalmente, sem figuras, que os cidadãos<br />

<strong>de</strong> Jerusalém vivem juntos em paz e união. Todavia, não percebo<br />

improprieda<strong>de</strong> em presumirmos que estas palavras <strong>de</strong>screvem, sob<br />

metáfora, o estado pacífico <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>. Assim, a concórdia que<br />

reina entre os cidadãos <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> e pela qual são unidos entre<br />

si compara-se a edifícios, edificados juntos por meio <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>streza

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