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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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594 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

em outra passagem, a fim <strong>de</strong> distingui-lo daqueles cânticos com que<br />

os santos louvavam a Deus habitual e diariamente, pois o louvor era a<br />

prática permanente <strong>de</strong>les. Por conseguinte, o salmista fala sobre um<br />

raro e inusitado benefício, que exige ação <strong>de</strong> graças extraordinária e<br />

pessoal. Estou disposto a crer que, não importando quem tenha sido<br />

o autor <strong>de</strong>ste salmo, ele se referiu àquela passagem <strong>de</strong> Isaías [42.10]:<br />

“Cantai ao Se n h o r um cântico novo”, quando falou sobre a futura restauração<br />

da Igreja e do reino eterno <strong>de</strong> Cristo. Na segunda sentença<br />

do versículo, há uma promessa implícita; pois, embora continue exortando<br />

o povo do Senhor a que entoassem juntos os louvores <strong>de</strong> Deus,<br />

o salmista sugere, em associação com isso, que a Igreja se reúna novamente<br />

em um só corpo, <strong>de</strong> modo a celebrar os louvores <strong>de</strong> Deus na<br />

assembléia solene. Sabemos que os israelitas foram dispersos <strong>de</strong> tal<br />

maneira, que os cânticos sacros cessaram <strong>de</strong> ser entoados, pois em<br />

outro salmo eles se queixam <strong>de</strong> ser intimados a cantar: “Como entoaremos<br />

os cânticos do Se n h o r em terra estranha?” [Sl 137.4]. Portanto, ele<br />

os convida, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa triste dispersão, a prepararem-se novamente<br />

para a manutenção <strong>de</strong> suas assembléias sagradas.<br />

2. Regozije-se Israel em seu Criador. Ele insiste no mesmo ponto:<br />

que o povo do Senhor <strong>de</strong>scansasse firmemente, persuadidos <strong>de</strong> que<br />

sua família não fora escolhida em vão <strong>de</strong>ntre o resto do mundo e que<br />

Deus lembraria a sua aliança e não permitiria que suas misericórdias<br />

estendidas a eles falhassem ou viessem a extinguir-se. Embora vivessem<br />

temporariamente privados da herança da terra <strong>de</strong> Canaã, que era<br />

o penhor <strong>de</strong> sua adoção, o salmista chama a Deus <strong>de</strong> seu Criador e rei<br />

dos filhos <strong>de</strong> Sião, para lembrar-lhes que, ao serem adotados a uma<br />

preeminência acima das <strong>de</strong>mais nações, isso constituiu uma espécie<br />

<strong>de</strong> nova criação. Assim, em <strong>Salmos</strong> 95.6, os israelitas são chamados<br />

“obra das mãos <strong>de</strong> Deus”, não simplesmente porque eram como os<br />

<strong>de</strong>mais homens criados por Ele, mas porque os formou <strong>de</strong> novo e os<br />

distinguiu com uma nova honra — serem separados <strong>de</strong> toda a raça<br />

humana. O título rei tem um significado mais amplo, dando a enten<strong>de</strong>r<br />

que, como esse povo foi formado por Deus, isso aconteceu a visando

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