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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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516 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

externa pela qual a repreensão <strong>de</strong>ve ser ministrada, e sim à situação<br />

do coração. Por mais veementes que sejam os homens bons e por mais<br />

severa que seja a severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagem que empreguem para admoestar<br />

os que erraram, eles ainda são impulsionados pela força da<br />

afeição fraternal. Aliás, a própria severida<strong>de</strong> é, <strong>de</strong> fato, ocasionada por<br />

sua santa ansieda<strong>de</strong> e pelo temor quanto à segurança <strong>de</strong> seu irmão. O<br />

justo age com misericórdia em toda essa aparente aspereza e severida<strong>de</strong>,<br />

enquanto o perverso, por outro lado, age com cruelda<strong>de</strong> contra<br />

aquele que apenas o censura <strong>de</strong> maneira gentil. Ao notar esse aspecto<br />

na repreensão, Davi queria fazer distinção a repreensão que se origina<br />

na afeição sincera e as invectivas que proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ódio ou animosida<strong>de</strong><br />

pessoal, como o disse Salomão [Pv 10.12].<br />

No entanto, a outra tradução, que tenho adotado, é igualmente a<strong>de</strong>quada:<br />

Censure-me o justo, será misericórdia ou o reconhecerei como um<br />

benefício; reprove-me ele, isso será ungüento precioso que não ferirá minha<br />

cabeça. Alguns interpretem a última cláusula <strong>de</strong> outra maneira: que<br />

o óleo da cabeça não fira a minha cabeça, isto é, que o perverso não me<br />

seduza à <strong>de</strong>struição com suas agradáveis lisonjas. 7 Pelo vocábulo óleo,<br />

eles enten<strong>de</strong>m as perniciosas adulações com as quais os perversos nos<br />

arruinariam e nos mergulhariam profundamente na <strong>de</strong>struição, embora<br />

pareçam ministrar algo agradável. Isso faria a passagem comunicar um<br />

significado mais pleno, ou seja, enquanto Davi era maleável e dócil no<br />

que diz respeito à repreensão, ele fugia da bajulação como se fugisse do<br />

canto fatal das sereias. Embora o louvor seja agradável a princípio, todo<br />

aquele que inclina os ouvidos à bajulação sorve um veneno que se difundirá<br />

por todo o coração. Aprendamos por meio do exemplo <strong>de</strong> Davi<br />

a rejeitar todas as lisonjas, visto que somos naturalmente inclinados a<br />

recebê-las. Aprendamos, igualmente, a renunciar a inconstância e a obstinação,<br />

para que não rejeitemos aquelas correções que são remédios<br />

repulsivos aos nossos erros. O é o amor que os homens nutrem para sua<br />

7 “Que l’huile <strong>de</strong> la teste ne rompe point ma teste, c’est a dire, que les meschans ne m’amadouent<br />

point par leurs flatteries a ma perdition et ruine” – fr.

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