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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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394 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

por meio <strong>de</strong> uma comparação aparente, adorna a afirmação anterior<br />

a respeito das graves aflições da Igreja. Ele compara o povo <strong>de</strong> Deus a<br />

um campo pelo qual um arado é arrastado. Ele diz que os sulcos eram<br />

longos, <strong>de</strong> modo que nenhum canto era excluído do corte feito pela<br />

lâmina do arado. Essas palavras expressam vividamente o fato <strong>de</strong> que<br />

a cruz sempre esteve plantada nas costas da Igreja, para fazer sulcos<br />

longos e amplos.<br />

No versículo seguinte, o salmista anexa um fundamento <strong>de</strong> consolação,<br />

usando a mesma figura, ou seja, que o justo Senhor rompe as<br />

cordas dos iníquos. A alusão é a um arado que, como bem sabemos, é<br />

amarrado com cordas aos pescoços dos bois. A linguagem comunica<br />

mui apropriadamente a idéia <strong>de</strong> que os iníquos – por nunca se cansarem<br />

ou satisfazerem em exercer sua cruelda<strong>de</strong> e em conseqüência <strong>de</strong><br />

estarem bem armados – se mostravam preparados para avançar mais.<br />

Todavia, o Senhor reprimiu, <strong>de</strong> modo totalmente inesperado, a fúria<br />

<strong>de</strong>les, assim como se um homem separasse os bois do arado, fazendo<br />

em pedaços as cordas e as correias que os prendiam ao arado. Disso<br />

percebemos qual é a verda<strong>de</strong>ira condição da Igreja. Visto que Deus<br />

quer que tomemos alegremente o seu jugo sobre nós mesmos, o Espírito<br />

Santo nos compara apropriadamente a um campo arável, que não<br />

po<strong>de</strong> fazer qualquer resistência em ser cortado, fendido e revirado<br />

pela lâmina do arado.<br />

Se alguém se dispusesse a concordar com um refinamento maior<br />

<strong>de</strong> especulação, afirmando que o campo é arado a fim <strong>de</strong> ser preparado<br />

para receber a semente e, por fim, produzir fruto. Em minha opinião,<br />

o sujeito a que o profeta limita sua atenção são as aflições da Igreja.<br />

O epíteto justo, com o qual ele honra a Deus, <strong>de</strong>ver ser explicado, em<br />

harmonia com o escopo da passagem, como a implicar que, emboaradura<br />

não é tão forte para expressar um açoitamento severo.” A linguagem do salmista po<strong>de</strong>ria<br />

ser, sem alusão a qualquer espécie particular <strong>de</strong> violência perseguidora, como o enten<strong>de</strong> Calvino,<br />

simplesmente uma imagem forte <strong>de</strong> opressão cruel. “Os perseguidores <strong>de</strong> Israel”, diz Walford, “são<br />

comparados a aradores, porque, como eles trituram e, por assim dizer, torturam a superfície da<br />

terra, assim os adversários angustiam profunda e gravemente essas pessoas aflitas”.

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