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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 139 • 487<br />

[vv. 7-12]<br />

Para on<strong>de</strong> me irei do teu Espírito? Para on<strong>de</strong> fugirei da tua face? Se subo ao<br />

céu, lá estás; se <strong>de</strong>sço ao sepulcro, eis que tu estás ali. Tomarei as asas da<br />

alvorada, para habitar nas partes mais profundas do oceano? Até ali a tua<br />

mão me guiará, e a tua <strong>de</strong>stra me susterá. Se eu disser: pelo menos as trevas<br />

me encobrirão, e a noite me será luz; nem mesmo as trevas ocultarão<br />

<strong>de</strong> ti. A noite será luminosa como o dia, e as trevas, como a luz.<br />

7. Para on<strong>de</strong> me irei <strong>de</strong> teu Espírito? Minha visão é que Davi dá<br />

continuida<strong>de</strong> à mesma idéia <strong>de</strong> ser impossível que os homens, por<br />

meio <strong>de</strong> qualquer subterfúgio, ludibriem os olhos <strong>de</strong> Deus. Pela expressão<br />

o Espírito <strong>de</strong> Deus, não <strong>de</strong>vemos aqui, assim como em várias<br />

outras partes das Escrituras, conceber meramente o po<strong>de</strong>r, mas também<br />

o entendimento e o conhecimento <strong>de</strong> Deus. 7 No homem, o espírito<br />

é a se<strong>de</strong> da inteligência; e isso se aplica aqui em referência a Deus,<br />

como é evi<strong>de</strong>nte da segunda parte da sentença, em que a face <strong>de</strong> Deus<br />

implica o conhecimento ou a inspeção <strong>de</strong> Deus. Em suma, Davi quer dizer<br />

que não podia mudar <strong>de</strong> um lugar a outro sem que Deus o visse e o<br />

seguisse com seus olhos, enquanto se movia. Aplicam mal a passagem<br />

aqueles que citam-na como prova da infinitu<strong>de</strong> da essência <strong>de</strong> Deus;<br />

pois, embora seja uma verda<strong>de</strong> indubitável que a glória do Senhor enche<br />

o céu e a terra, esse fato não está presente na visão do salmista, e<br />

sim a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os olhos <strong>de</strong> Deus penetram o céu e o inferno, <strong>de</strong><br />

modo que, mesmo escon<strong>de</strong>ndo-se no canto mais obscuro do mundo,<br />

ele seria <strong>de</strong>scoberto por Deus. De acordo com isso, o salmista nos diz<br />

que, embora fugisse para o céu ou se escon<strong>de</strong>sse nos abismos mais<br />

profundos, <strong>de</strong> cima ou <strong>de</strong> baixo, tudo estava visível e manifesto diante<br />

<strong>de</strong> Deus. As asas da alvorada, ou <strong>de</strong> Lúcifer, 8 é uma bela metáfora, pois,<br />

quando o sol se ergue sobre a terra, transmite subitamente sua radiância<br />

a todas as nações do mundo, com a rapi<strong>de</strong>z semelhante à <strong>de</strong> um<br />

7 Alguns comentaristas supõem haver aqui uma referência à terceira pessoa da Trinda<strong>de</strong>.<br />

8 Ou “do romper da manhã”. שחר (shachar), a palavra empregada, “é a luz vista nas nuvens<br />

antes do nascer do sol; era como se ele tivesse asas para voar com rapi<strong>de</strong>z; pois rapidamente<br />

o romper da manhã se difun<strong>de</strong> no horizonte, do extremo do Oriente ao extremo do Oci<strong>de</strong>nte” –<br />

Mendlessohn’s Beor.

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