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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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536 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> Deus que ele esperava livramento, porque, tivesse ele apresentado<br />

algo propriamente seu, a causa não estaria em Deus e tão-somente<br />

em Deus. Lemos que Deus nos ajuda por amor do seu nome, quando,<br />

embora nada veja em nós que seja digno <strong>de</strong> seu favor, Ele é induzido a<br />

interpor sua bonda<strong>de</strong>. O termo justiça contém o mesmo sentido, pois<br />

Deus, como já observei em outra passagem, fez do livramento <strong>de</strong> seu<br />

povo o meio <strong>de</strong> ilustrar a sua justiça. Ao mesmo tempo, o salmista<br />

repete o que já dissera a respeito da extensão extraordinária <strong>de</strong> suas<br />

aflições: ao buscar ser revigorado ou manter-se vivo, ele <strong>de</strong>clara haver<br />

sido examinado e que tinha <strong>de</strong> se manter sob o po<strong>de</strong>r da morte, se o<br />

Deus que possui as fontes da vida não o restaurasse por uma espécie<br />

<strong>de</strong> ressurreição.<br />

12. Em tua misericórdia. Neste versículo, ele reitera, pela quinta<br />

ou sexta vez, que buscava vida somente na misericórdia gratuita <strong>de</strong><br />

Deus. Por mais severo que pareça da parte <strong>de</strong> Deus, quando <strong>de</strong>strói<br />

os perversos, Davi afirma que a vingança levada a efeito sobre eles<br />

seria uma prova da misericórdia paternal <strong>de</strong> Deus em favor <strong>de</strong>le. Aliás,<br />

estas duas coisas amiú<strong>de</strong> se unem: a severida<strong>de</strong> e a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus.<br />

Pois, ao esten<strong>de</strong>r sua mão para livrar o seu povo, Ele direciona o furor<br />

<strong>de</strong> sua indignação contra os seus inimigos. Em suma, Deus surge<br />

armado para livramento <strong>de</strong> seu povo, como Ele mesmo diz em Isaías:<br />

“O dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos<br />

é chegado” [Is 63.4]. Ao chamar-se <strong>de</strong> servo <strong>de</strong> Deus, o salmista não se<br />

vangloria, <strong>de</strong> maneira alguma, <strong>de</strong> seus serviços; antes, enaltece a graça<br />

<strong>de</strong> Deus, a quem <strong>de</strong>via este privilégio. Esta não é uma honra a ser obtida<br />

por nossas próprias lutas ou empenhos, ou seja, ser contado entre<br />

os servos <strong>de</strong> Deus; isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da soberana escolha <strong>de</strong> Deus, pela<br />

qual Ele con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>, antes mesmo <strong>de</strong> nascermos, em tomar-nos no<br />

número e na condição <strong>de</strong> seus seguidores, como Davi mesmo <strong>de</strong>clara<br />

<strong>de</strong> modo ainda mais explícito em outra salmo: “Deveras sou teu servo,<br />

teu servo, filho da tua serva” [Sl 116.16]. Isto equivale a fazer-se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Deus e a confiar sua vida à proteção dEle.

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