31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

480 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a misericórdia <strong>de</strong> Jehovah é eterna e que ele não esquecerá as obras<br />

<strong>de</strong> suas mãos, o melhor sentido parece ser este: Jehovah realizará<br />

por mim, isto é, continuará a mostrar que cuida <strong>de</strong> minha segurança<br />

e aperfeiçoará plenamente o que começou. Havendo sido liberto por<br />

um ato da misericórdia <strong>de</strong> Deus, o salmista conclui que o que fora<br />

realizado seria aperfeiçoado, pois a natureza <strong>de</strong> Deus é imutável, e<br />

Ele mesmo não po<strong>de</strong> se separar daquela bonda<strong>de</strong> que Lhe é peculiar.<br />

Não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que a maneira <strong>de</strong> manter boa esperança<br />

em meio aos perigos é fixar os olhos na bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, na qual<br />

repousa nosso livramento. Deus não está sob qualquer obrigação <strong>de</strong><br />

sua parte, exceto quando, <strong>de</strong> seu beneplácito, promete interessar-se<br />

por nosso bem-estar. Com a melhor razão e com base na eternida<strong>de</strong><br />

da bonda<strong>de</strong> divina, Davi conclui que a salvação que lhe fora outorgada<br />

não seria limitada e evanescente. Ele confirma isso ainda mais com o<br />

diz em seguida: é impossível que Deus abandone a sua obra (como os<br />

homens talvez o façam) num estado imperfeito e inacabado, movido<br />

por indolência e <strong>de</strong>sgosto. Davi não <strong>de</strong>ve ser entendido como se estivesse<br />

dizendo isso no mesmo sentido em que Paulo <strong>de</strong>clarou: “Os<br />

dons e a vocação <strong>de</strong> Deus são sem arrependimento” [Rm 11.29]. Os<br />

homens po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> uma obra por razões triviais que os levaram<br />

ao empreendimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e do qual po<strong>de</strong>m se afastar<br />

movidos por inconstância ou po<strong>de</strong>m ser forçados a <strong>de</strong>sistir motivados<br />

por incapacida<strong>de</strong>, tendo-a empreendido acima <strong>de</strong> suas forças. Contudo,<br />

nada disso po<strong>de</strong> ocorrer com Deus. Logo, não temos razão para<br />

nutrir a idéia <strong>de</strong> que nossas esperanças serão frustradas em seu curso<br />

rumo ao cumprimento. Nada, exceto o pecado e a ingratidão <strong>de</strong> nossa<br />

parte, interrompe o tom contínuo e invariável da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. O<br />

que apreen<strong>de</strong>mos com firmeza, por meio <strong>de</strong> nossa fé, Deus jamais tira<br />

<strong>de</strong> nós, nem permite que seja tomado <strong>de</strong> nossas mãos.<br />

Ao <strong>de</strong>clarar que Deus aperfeiçoa a salvação <strong>de</strong> seu povo, Davi<br />

não encoraja a ociosida<strong>de</strong>; antes, fortalece a sua fé e se anima ao<br />

exercício da oração. Qual é a causa da ansieda<strong>de</strong> e do temor sentidos<br />

pelos piedosos, senão a consciência <strong>de</strong> sua própria fraqueza e a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!