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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 107 • 29<br />

mesmos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ráveis privações, obtiveram o que lhes era<br />

necessário, para suprir suas carências, ou que os pobres, vivendo em<br />

um país on<strong>de</strong> não mais podiam achar o pão cotidiano, vendo-se constrangidos<br />

a abandoná-lo e a buscar um novo lugar <strong>de</strong> habitação, são ali<br />

profusamente supridos por Deus. Sinto-me mais propenso a crer que<br />

esta frase se refere ao que amiú<strong>de</strong> ocorre, a saber, que os famintos, os<br />

quais são expatriados e cujas carências o mundo se nega a suprir, são<br />

confortavelmente acomodados nesses lugares <strong>de</strong>sertos, on<strong>de</strong> Deus os<br />

abençoa com abundância. A expressão que traduzi por fruto da fartura<br />

é consi<strong>de</strong>rada, por diversos expositores hebreus, como uma repetição<br />

<strong>de</strong> dois termos sinônimos que carecem <strong>de</strong> uma partícula conjuntiva,<br />

vindo a ficar assim: fruto e fartura. A intenção do profeta era, antes,<br />

fazer referência ao fruto produzido anualmente, como se quisesse dizer:<br />

a fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas regiões não é temporária, nem apenas por uns<br />

poucos anos; é permanente. Pois תבואות (tebuaoth) é o termo que, no<br />

hebraico, <strong>de</strong>nota o fruto maduro anualmente produzido pela terra. E,<br />

quando o salmista diz que novos resi<strong>de</strong>ntes semeiam e plantam, ele<br />

nos dá a enten<strong>de</strong>r que, antes <strong>de</strong> sua chegada, o cultivo era <strong>de</strong>sconhecido<br />

nesses lugares; e, conseqüentemente, ao chegar a uma fertilida<strong>de</strong><br />

tão inusitada, assumiram um aspecto totalmente diferente. E, no fim,<br />

ele acrescenta que foi inteiramente <strong>de</strong>vido à bênção divina que os que<br />

uma vez foram oprimidos com pobreza e carência são agora diariamente<br />

supridos com as boas coisas <strong>de</strong>sta vida.<br />

39. Depois são reduzidos e se abatem. Antes <strong>de</strong> entrar na consi<strong>de</strong>ração<br />

das verda<strong>de</strong>s contidas neste versículo, preciso fazer algumas<br />

breves observações verbais. Há quem faça a palavra עוצר (otser) significar<br />

tirania e por certo inclui עצר (atsar), no sentido <strong>de</strong> manter domínio.<br />

Visto, porém, ser ela usada metaforicamente para significar angústia,<br />

parece-me que este é o significado que está em mais harmonia com o<br />

teor da passagem. As últimas duas palavras do versículo po<strong>de</strong>m ser<br />

lidas no caso nominativo, como as tenho traduzido, ou no genitivo, a<br />

angústia <strong>de</strong> miséria e dor. Esta variante parece-me preferível: através

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