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cida<strong>de</strong>s mencionadas na Bíblia são Bete-Horom, Baalate, Tamar, Hamate-Zobá e Tadmor. Além<br />
<strong>de</strong>stas, outras cida<strong>de</strong>s funcionaram como quartéis ou capitais <strong>de</strong> distritos administrativos (1 Rs<br />
4.7-19). Achados arqueológicos em Bete-Semes e Laquis indicam que existiam edifícios com<br />
gran<strong>de</strong>s habitações nessas cida<strong>de</strong>s para serem utilizados como armazéns 173 . Sem dúvida <strong>de</strong>vem<br />
ter-se escrito longas <strong>de</strong>scrições a respeito dos programas <strong>de</strong> construções executados pelo rei<br />
Salomão, porém os relatos bíblicos somente sugerem sua existência.<br />
Comércio, negócios e rendas públicas<br />
Eziom-Geber e Elate estão brevemente mencionadas em 1 Rs 9.26-28 e 2 Cr 8.17-18 como portos<br />
marítimos <strong>no</strong> golfo <strong>de</strong> Ácaba. Tell-el-Kheleifeh <strong>no</strong> extremo <strong>no</strong>rte <strong>de</strong>ste golfo é o único lugar<br />
conhecido que mostra a história ocupacional <strong>de</strong> Elate, Eziom-Geber. Tell-el-Kheleifeh, como um<br />
centro marítimo industrial, fortificado, <strong>de</strong> armazenamento e caravaneiro para tais cida<strong>de</strong>s, pô<strong>de</strong><br />
ter tido igual importância que outros distritos fortificados e cida<strong>de</strong>s com guarnições <strong>de</strong> carros <strong>de</strong><br />
batalha, tais como Hazor, Megido e Gezer 174 . Os jazigos <strong>de</strong> cobre e ferro eram numerosos por<br />
todo o Wadi-Arabah. Davi já tinha estabelecido fortificações por toda a terra <strong>de</strong> Edom quando<br />
instaurou seu reinado (2 Sm 8.14).<br />
Numerosos centros <strong>de</strong> fundição em Wadi-Arabah pu<strong>de</strong>ram ter provido a Tell-el-Kheleifeh <strong>de</strong><br />
ferro e cobre para processos <strong>de</strong> refinamento e a produção <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s com propósitos comerciais.<br />
No vale do Jordão (1 Rs 7.45-46), e em Wadi-Arabah, Salomão <strong>de</strong>ve ter comprovado a verda<strong>de</strong> das<br />
<strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Deuteronômio 8.9, <strong>de</strong> que a terra prometida tinha recursos naturais <strong>de</strong> cobre.<br />
Ao <strong>de</strong>senvolver e controlar a indústria dos metais na Palestina, Salomão esteve em posição <strong>de</strong><br />
comerciar. Os fenícios, sob Hiram, tinham contatos com refinarias <strong>de</strong> metal em distantes pontos<br />
do Mediterrâneo, tais como a Espanha, e assim estavam em situação <strong>de</strong> construir não só refinarias<br />
para Salomão, senão também para aumentar o comércio. Os barcos <strong>de</strong> Israel traficaram com o<br />
ferro e o cobre tão longe como até o sudoeste da Arábia (o mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> Iêmen) e a costa africana da<br />
Etiópia 175 . Em troca, eles levaram ouro, prata, marfim e as<strong>no</strong>s a Israel. Aquela extensão naval com<br />
suas expedições levando ouro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Ofir durou "três a<strong>no</strong>s" (2 Cr 9.21), ou um a<strong>no</strong> completo e<br />
parte <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s mais. Proporcio<strong>no</strong>u a Salomão tais riquezas, que foi classificado como o mais<br />
rico <strong>de</strong> todos os reis (2 Cr 9.20-22; 1 Rs 10.11-22).<br />
Os <strong>israel</strong>itas obtiveram cavalos e carros <strong>de</strong> combate dos governantes heteus na Cilícia e seu<br />
vizinho Egito 176 . Os intermediários e agentes representantes dos cavalos e carros guerreiros entre<br />
a Ásia Me<strong>no</strong>r e o Israel foram os arameus (1 Rs 10.25-29; 2 Cr 1.14-17).<br />
Embora Davi lesava ou inutilizava todos os cavalos que capturava, com a exceção <strong>de</strong> uma<br />
centena (2 Sm 8.4), é obvio que Salomão acumulou uma força consi<strong>de</strong>rável. Aquilo resultava<br />
importante para a proteção, tanto como controle <strong>de</strong> todo o comércio que cruzava o território <strong>de</strong><br />
Israel. As rendas e tributos <strong>de</strong> Salomão foram incrementados pelas vastas caravanas <strong>de</strong> camelos<br />
empregadas <strong>no</strong> comércio das especiarias proce<strong>de</strong>nte do sul da Arábia e encaminhado à Síria e a<br />
Palestina, assim como para o Egito.<br />
O rei Salomão ganhou tal respeito internacional e reconhecimento, que suas riquezas foram<br />
gran<strong>de</strong>mente incrementadas pelos presentes que recebia <strong>de</strong> lugares próximos e longínquos. Em<br />
resposta a sua petição inicial, tinha sido divinamente dotado com a sabedoria <strong>de</strong> forma tal que as<br />
gentes <strong>de</strong> outras terras iam ouvir seus provérbios, seus cantos e seus discursos sobre vários<br />
assuntos (1 Rs 4.29-34). Se o relato da visita da rainha <strong>de</strong> Sabá não é senão uma amostra do que<br />
acontecia freqüentemente durante o reinado <strong>de</strong> Salomão, po<strong>de</strong> apreciar-se o motivo pelo qual o<br />
ouro não cessava <strong>de</strong> chegar à capital <strong>de</strong> Israel 177 . O fato <strong>de</strong> que a rainha atravessasse diversos<br />
173 Wright, op. al., p. 130.<br />
174 Ver Nelson Glueck, "Ezión-geber" em Biblical Archaelogist XXVIII (1965), pp. 69-87.<br />
175 A palavra "Târsis" parece que significa "refinaria". Ver Albright "Archaelogy and the Religión of Israel", p. 136. Des<strong>de</strong><br />
que os fenícios controlavam o Mediterrâneo, e assim seu comércio, as empresas navais <strong>de</strong> Salomão ficaram limitadas ao<br />
Mar Vermelho. Ver também, Unger, op. cit., p. 225.<br />
176 Se refere a uma província perto da Cilícia, que po<strong>de</strong> ter recebido seu <strong>no</strong>me como posto militar por Tutmose III.<br />
177 Mould, op. cit., p. 199.<br />
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