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Canaã<br />
O <strong>no</strong>me <strong>de</strong> "Canaã" se aplica à terra que existe entre gaza ao sul e Hamã <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte, ao longo da<br />
costa oriental do Mediterrâneo (Gn 10.15-19). Os gregos, em seu comércio com Canaã, durante o<br />
primeiro milênio a.C. se referem a seus habitantes como fenícios, um <strong>no</strong>me que provavelmente<br />
teve origem na palavra grega para <strong>de</strong>signar a "púrpura" 27 , uma tintura têxtil <strong>de</strong> cor avermelhada<br />
<strong>de</strong>senvolvida em Canaã. Já <strong>no</strong> século XV a.C. o <strong>no</strong>me "Canaã" se aplicava em geral à província<br />
egípcia na Síria ou pelo me<strong>no</strong>s à costa fenícia, um centro da industria da púrpura.<br />
Conseqüentemente, as palavras "cananeu" e "fenício" têm a mesma origem cultural geográfica e<br />
histórica. Mais tar<strong>de</strong>, esta zona se conheceu como Síria e Palestina. A <strong>de</strong>signação "Palestina" tem<br />
sua origem <strong>no</strong> <strong>no</strong>me "filisteu".<br />
Com a emigração <strong>de</strong> Abraão para o Canaã, esta terra chegou a ser o ponto focal do interesse<br />
<strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento histórico e geográfico dos tempos da Bíblia. Estando estrategicamente<br />
localizado entre os dois gran<strong>de</strong>s centros que ninavam as primitivas civilizações, Canaã serviu como<br />
uma ponte natural que agia <strong>de</strong> ligação entre o Egito e a Mesopotâmia.<br />
Conseqüentemente, não é surpreen<strong>de</strong>nte achar uma população misturada naquela terra 28 .<br />
Cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Canaã, tais como Jericó, Dotã e outras, foram ocupadas séculos antes dos tempos<br />
patriarcais 29 . Com o primeiro gran<strong>de</strong> movimento semítico (amorreu) na Mesopotâmia, parece<br />
provável que os amorreus esten<strong>de</strong>ram seus estabelecimentos para a Palestina. Durante o Rei<strong>no</strong><br />
Médio os egípcios avançaram seus interesses políticos e comerciais até chegar na Síria pelo <strong>no</strong>rte<br />
30 . Muito antes <strong>de</strong> 1500 a.C., o povo <strong>de</strong> Caftor ficou estabelecido sobre a Planície Marítima 31 . Não<br />
me<strong>no</strong>s entre os invasores, foram os hititas, que penetraram <strong>no</strong> Canaã proce<strong>de</strong>ntes do <strong>no</strong>rte e<br />
apareceram como cidadãos bem estabelecidos quando Abraão comprou a cova <strong>de</strong> Macpela (Gn<br />
23). Os refains, um povo algo escuro além das referências escriturais, tem sido recentemente<br />
i<strong>de</strong>ntificados na literatura ugarítica 32 . Se conhece muito pouco a respeito dos outros habitantes<br />
que se a<strong>no</strong>tam <strong>no</strong> relato do Gênesis. A <strong>de</strong>signação "cananeu" muito verossimilmente abraça a<br />
mistura composta <strong>de</strong> gentes que ocupavam a terra na época patriarcal.<br />
Geografia 33<br />
Esten<strong>de</strong>ndo-se numa longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 241 quilômetros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Berseba pelo <strong>no</strong>rte rumo a Dã,<br />
Palestina tem uma área <strong>de</strong> 9656 km² entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão.<br />
A largura média é <strong>de</strong> 64 quilômetros, com um máximo <strong>de</strong> 87 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Gaza até o mar Morto,<br />
estreitando-se até os 45 quilômetros <strong>no</strong> mar da Galiléia. Com a adição <strong>de</strong> 6437 km² ao leste do<br />
Jordão, cuja zona era chamada com freqüência a Transjordânia, esta terra compreen<strong>de</strong><br />
aproximadamente 16.093 km².<br />
Além <strong>de</strong> ter uma situação central e estratégica relativa aos centros <strong>de</strong> civilização e gran<strong>de</strong>s<br />
nações dos tempos do Antigo Testamento, Palestina tem também uma variada topografia que<br />
teve um efeito significativo sobre o <strong>de</strong>senvolvimento histórico dos acontecimentos.<br />
27 Ver Merrill F. Unger, "Israel and the Arameans of Damascus" (Londres, James Clarke & Co., 1957), p. 19.<br />
28 Comparar Gn 12.6; 14.13; 15.16,19-21; 21.34; 23.3, e outros. Aqui estão a<strong>no</strong>tados os cananeus, amorreus, queneus,<br />
quenezeus, jebuseus, filisteus, e outros.<br />
29 Para su traducción ver James B. Pritchard. "Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament" (Prmceton University<br />
Press, 1955), p. 467.<br />
30 Sinuhé, um oficial egípcio durante o Rei<strong>no</strong> Médio, reflete o contato com os comerciantes egípcios e resi<strong>de</strong>ntes na Palestina.<br />
Para uma tradução <strong>de</strong>ste clássico egípcio, feita por John A. Wilson, ver James Bem. Pritchard, "Ancient Near Eastern<br />
Texts", op. cit. pp. 18-22.<br />
31 Cyrus H. Gordon, "The world of the Old Testament" (Gar<strong>de</strong>n City, Doubleday & Co., 1958), pp. 121-122. Este povo não<br />
semita incluía também os filisteus.<br />
32 Ibi<strong>de</strong>m, pp. 97-98.<br />
33 Para um excelente estudo sobre geografia histórica, ver Dennis Baly, "The Geografy of the Bible" (Nova Iorque, Harper<br />
& Brothers, 1957). Comparar também George Adam Smith, "The historical geography ofício the Holy Land" (Londres,<br />
Hod<strong>de</strong>r & Stoughton, 1931), e G. E. Wright & F. V. Nelson, "Atlas Historico Westminster <strong>de</strong> la Bíblia" (El Paso, Texas, Casa<br />
Bautista <strong>de</strong> Publicaciones), pp. 17-20.<br />
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