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• CAPÍTULO 8: UNIÃO DE ISRAEL SOB DAVI E SALOMÃO<br />
A ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouro <strong>de</strong> Davi e Salomão não teve repetição <strong>no</strong>s tempos do Antigo Testamento. A<br />
expansão territorial e os i<strong>de</strong>ais religiosos, como foram imaginados por Moisés, foram executados<br />
num grau máximo, superior ao que antes ou <strong>de</strong>pois aconteceria na história <strong>de</strong> Israel. Em séculos<br />
subseqüentes, as esperanças proféticas para a restauração da fortuna <strong>de</strong> Israel repetidamente se<br />
remetem ao rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi como i<strong>de</strong>al supremo.<br />
A união davídica e a expansão<br />
Os esforços políticos <strong>de</strong> Davi estiveram marcados com o selo do êxito. Em me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> uma<br />
década após a morte <strong>de</strong> Saul, todo Israel acudia em apoio <strong>de</strong> Davi, que tinha começado seu<br />
reinado com somente o peque<strong>no</strong> rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Judá. Mediante êxitos militares e amistosas alianças,<br />
logo controlou o território existente entre o rio do Egito e o golfo <strong>de</strong> Ácaba, até a costa fenícia e a<br />
terra <strong>de</strong> Hamate. O respeito internacional e o reconhecimento que Davi ganhou para Israel não foi<br />
<strong>de</strong>safiado por po<strong>de</strong>res estrangeiros até o final dos últimos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Salomão.<br />
O <strong>no</strong>vo rei também se distinguiu como lí<strong>de</strong>r religioso. Apesar <strong>de</strong> ter-lhe sido negada a<br />
permissão <strong>de</strong> construir o templo, ele fez as mais elaboradas provisões para sua ereção sob seu<br />
filho Salomão. Com a li<strong>de</strong>rança real <strong>de</strong> Davi, os sacerdotes e levitas fora extensamente<br />
organizados para uma efetiva participação nas ativida<strong>de</strong>s religiosas da totalida<strong>de</strong> da nação 145 . O<br />
segundo livro <strong>de</strong> Samuel <strong>de</strong>talha e explica o rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi com gran<strong>de</strong> minudência. Uma longa<br />
seção (11-20) subministra o relato exclusivo do pecado, o crime e a rebelião na família real. A<br />
transferência do reinado a Salomão e a morte <strong>de</strong> Davi estão relatadas <strong>no</strong>s primeiros capítulos do<br />
primeiro livro <strong>de</strong> Reis. O primeiro livro <strong>de</strong> Crônicas também faz referência ao período davídico e<br />
representa uma unida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, enfocando a atenção sobre Davi como o primeiro<br />
governante <strong>de</strong> uma continuada dinastia. A modo <strong>de</strong> introdução para o estabelecimento do tro<strong>no</strong><br />
<strong>de</strong> Davi, o cronista traça o fundo genealógico das doze tribos sobre as quais governava Davi. Saul<br />
não está senão muito brevemente mencionado, após o qual Davi é apresentado como rei <strong>de</strong><br />
Israel. A organização <strong>de</strong> Israel, tanto politicamente como <strong>no</strong> aspecto religioso, está mais<br />
elaborada e aprimorada, <strong>de</strong>vido à supremacia <strong>de</strong> Davi sobre as nações circundantes, e recebe<br />
maior ênfase. Antes <strong>de</strong> concluir com a morte <strong>de</strong> Davi, os últimos oito capítulos neste livro dão<br />
uma extensa <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sua preparação para a construção do templo. Em conseqüência, 1<br />
Crônicas é um valioso complemento para o registrado em 2 Samuel.<br />
O bosquejo do reinado <strong>de</strong> Davi neste capítulo representa um arranjo cro<strong>no</strong>lógico sugerido dos<br />
acontecimentos conforme estão registrados em 2 Samuel e 1 Crônicas:<br />
O rei <strong>de</strong> Judá<br />
2 Samuel 1 Crônicas<br />
Fundo genealógico 1.1-9.44<br />
Lamentos <strong>de</strong> Davi pela morte <strong>de</strong> Saul 1.1-27 10.1-14<br />
Desintegração da dinastia <strong>de</strong> Saul 2.1-4.12<br />
Nascido em tempos turbulentos, Davi esteve sujeito a um ru<strong>de</strong> período <strong>de</strong> treinamento para o<br />
reinado <strong>de</strong> Israel. Foi requerido pelo rei para o serviço militar após ter matado a Golias e ganho<br />
uma experiência inapreciável em façanhas militares contra os filisteus. Após ter sido forçado a<br />
<strong>de</strong>ixar a corte, conduziu um grupo fugitivo e se ganhou o agrado dos latifundiários e do<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s rebanhos na parte meridional <strong>de</strong> Israel, proporcionando-lhes um eficaz serviço. Ao<br />
145 Indubitavelmente, muitas das cida<strong>de</strong>s entregadas aos levitas ou <strong>de</strong>signadas como cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> refúgio sob o mandato <strong>de</strong><br />
Moisés e Josué não foram utilizadas até a época <strong>de</strong> Davi, quando os ocupantes pagãos foram <strong>de</strong>salojados <strong>de</strong>las. Ver Merrill<br />
F. Unger, "Archaeology and the Old Testament", pp. 210.211, y W. F. Albright, "Archaeology and the Religion of Israel",<br />
p. 123.<br />
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