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a historia de israel no antigo testamento

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II. A con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Jerusalém Ez 3.22-7.27<br />

A <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>scrita Ez 3.22-5.17<br />

A idolatria traz juízo Ez 6.1-7.27<br />

Mediante uma simbólica ação, Ezequiel não só chama a atenção dos exilados, senão que<br />

vividamente <strong>de</strong>screve o <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> que pen<strong>de</strong> sobre Jerusalém. Sob estritas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> ser surdo e<br />

falar somente a seu auditório como o Senhor o or<strong>de</strong><strong>no</strong>u, Ezequiel grava um bosquejo <strong>de</strong><br />

Jerusalém num tijolo <strong>de</strong> argila. Colocando os elementos precisos <strong>de</strong> guerra em sua volta, o<br />

profeta <strong>de</strong>monstra o futuro imediato da cida<strong>de</strong>, tão bem conhecida e tão amada pelos que<br />

escutam. Eles não necessitam <strong>de</strong> uma explicação verbal, já que estão totalmente familiarizados<br />

com cada rua da cida<strong>de</strong> da qual foram tão recentemente tirados pelos conquistadores<br />

babilônicos.<br />

Por um período <strong>de</strong> 390 dias, Ezequiel jaz sobre seu lado esquerdo, representando assim o<br />

castigo <strong>de</strong> Israel, o Rei<strong>no</strong> do Norte. Por outros 40, jaz sobre o lado direito, sanguinário o juízo que<br />

aguarda a Judá, o Rei<strong>no</strong> do Sul. Durante este tempo, as rações prescritas para Ezequiel, <strong>no</strong>rmal às<br />

consi<strong>de</strong>radas num assédio, ficam limitadas a um subministro <strong>de</strong> umas 340 gramas <strong>de</strong> pão e me<strong>no</strong>s<br />

<strong>de</strong> um litro <strong>de</strong> água. Para cozer seu pão, Ezequiel recebe instruções <strong>de</strong> utilizar excrementos<br />

huma<strong>no</strong>s como combustível, <strong>de</strong>screvendo <strong>de</strong>sta forma a imundícia <strong>de</strong> Israel. Isto resulta tão<br />

aborrecível para Ezequiel, que Deus lhe permite que o substitua por excrementos <strong>de</strong> vaca. Uma<br />

razoável interpretação sugere que o profeta dorme <strong>no</strong>rmalmente cada <strong>no</strong>ite, porém durante o dia<br />

representa o fado <strong>de</strong> Jerusalém, ao jazer <strong>de</strong> lado. Recusa comprometer-se em conversações<br />

ordinárias e fala somente como dirigido por Deus. Sem dúvida, pela pauta <strong>de</strong> sua conduta, a<br />

totalida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exilados vá <strong>de</strong> quando em vez à casa <strong>de</strong> Ezequiel para verem por si<br />

mesmos o que o profeta está <strong>de</strong>monstrando 504 .<br />

No final <strong>de</strong>ste período (5.1ss), quando a peculiar conduta <strong>de</strong> Ezequiel é conhecida por toda a<br />

colônia <strong>de</strong> exilados, o povo <strong>de</strong>ve ter ficado surpreendido ao vê-lo rapar sua cabeça e sua barba,<br />

dividindo cuidadosamente seus cabelos em três partes iguais, pesando-as. Ao queimar um terço,<br />

cortar outro em pedaços pequeníssimos com a espada, e espalhar o último terço ao vento,<br />

Ezequiel, <strong>de</strong> forma realística, <strong>de</strong>monstra a enuncia o que Deus fará com Jerusalém em Seu juízo.<br />

Um terço <strong>de</strong> sua população morrera <strong>de</strong> fome e <strong>de</strong> peste, outro terço cairá pela espada, e o<br />

terço restante será espalhado pelo vento. Deus não terá compaixão <strong>de</strong>les. Os cargos contra eles<br />

são que têm escarnecido do santuário <strong>de</strong> Deus com abominações e coisas <strong>de</strong>testáveis (5.11).<br />

Os <strong>de</strong>talhes do juízo pen<strong>de</strong>nte estão claramente <strong>de</strong>lineados em 6-7. Por on<strong>de</strong> quer que os<br />

<strong>israel</strong>itas tenham rendido culto aos ídolos, as vítimas da fome e da peste, e às da espada, jazerão<br />

espalhadas por toda a terra. Os corpos mortos diante <strong>de</strong> seus altares serão o silencioso<br />

testemunho <strong>de</strong> que os <strong>de</strong>uses que adoraram não po<strong>de</strong>rão salvá-los. Para reforçar a ênfase,<br />

Ezequiel recebe a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> chutar <strong>no</strong> chão e bater palmas. Por este severo juízo, Deus fará que o<br />

reconheçam como ao Senhor 505 . A terrível <strong>de</strong>struição está próxima. A sentença <strong>de</strong> Deus em todos<br />

seus temíveis aspectos, está a ponto <strong>de</strong> ser executada sobre Judá e Jerusalém. A injustiça, a<br />

violência, o orgulho estão sujeito à ira <strong>de</strong> Deus. O assunto está terminado. Ninguém respon<strong>de</strong> aos<br />

sons da trombeta que chama a guerra. A espada os ro<strong>de</strong>ia, enquanto que a fome prevalece <strong>de</strong>ntro<br />

da capital. Deus está voltando seu rosto para que possam profanar seu santuário e permite que<br />

todos os ladrões façam sua rapina. Por causa <strong>de</strong> seus crimes sangrentos, Ele traz o pior das nações<br />

contra eles. Os profetas, anciãos, sacerdotes e o rei, todos fracassarão ao tempo que o <strong>de</strong>sastre<br />

504 Ver H. L. Ellison, Ezekiel: The Man and His Message (Grand Rapids: Eerdmans, pp. 31-35, para uma lógica interpretação.<br />

Em vista que os dados apresentados em 1.1 e 8.1,5 permitem um intervalo <strong>de</strong> 413 dias, parece razoável assumir<br />

que os últimos 40 dias do a<strong>no</strong> dos 390 para Israel e os 40 dias para Judá foram coinci<strong>de</strong>ntes, já que ambos são partilhados<br />

<strong>no</strong> exílio. Para Israel, os 390 dias se esten<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a divisão <strong>no</strong> 391 até aproximadamente o 539 a.C., quando<br />

caiu a Babilônia. A LXX lê 190 em vez <strong>de</strong> 390 em 4.5,9.<br />

505 A expressão "E saberão que eu sou o Senhor" se dá nesta simples forma 54 vezes, e em variações, outras 18 vezes<br />

mais. Deus se dá a conhecer a si mesmo em graça ou em juízo, para que eles comprovem que Deus estava agindo. Para<br />

discussão <strong>de</strong>ste tema, ver Ellison, op. cit., pp. 37-39.<br />

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