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Livrado a seus próprios recursos, Saul virou extremamente ciumento <strong>de</strong> Davi, suspeitando <strong>de</strong>le.<br />
Com numerosas e sutis artimanhas, Saul tratou <strong>de</strong> suprimir o jovem herói nacional.<br />
Exposto aos lançamentos <strong>de</strong> javalina <strong>de</strong> Saul ou aos perigos da batalha, Davi escapou com<br />
êxito <strong>de</strong> todas as ma<strong>no</strong>bras concebidas para sua perdição. Inclusive quando Saul foi pessoalmente<br />
a Naiote, on<strong>de</strong> Davi tinha-se refugiado com Samuel, foi influenciado com o espírito dos profetas<br />
até o extremo <strong>de</strong> que resultou difícil danificar ou capturar a Davi 142. Estando agregado na corte<br />
real, resultou vantajoso para Davi em vários aspectos. Em façanhas militares se distinguiu por si<br />
mesmo, conduzindo as unida<strong>de</strong>s do exército <strong>de</strong> Israel em vitoriosos ataques contra os filisteus.<br />
Em suas relações pessoais com Jônatas, partilhou uma das amiza<strong>de</strong>s mais <strong>no</strong>bres que se advertem<br />
<strong>no</strong>s tempos do Antigo Testamento. Mediante sua íntima associação com o filho do rei, Davi esteve<br />
em condições <strong>de</strong> captar os malig<strong>no</strong>s <strong>de</strong>sígnios <strong>de</strong> Saul mais minuciosamente e, <strong>de</strong>sta forma,<br />
assegurar-se contra qualquer perigo <strong>de</strong>snecessário. Quando Davi e Jônatas comprovaram que<br />
tinha chegado o momento <strong>de</strong> que Davi fugisse, ambos selaram sua amiza<strong>de</strong> mediante uma aliança<br />
(1 Sm 20.11-23).<br />
Davi fugiu com os filisteus, buscando segurida<strong>de</strong>. Denegado o refúgio por Aquis, rei <strong>de</strong> Gate, foi<br />
para Adulão, on<strong>de</strong> quatrocentos companheiros das tribos se reuniram a sua volta.<br />
Estando ao cuidado <strong>de</strong> semelhante grupo, procurou fazer os arranjos convenientes para<br />
algumas <strong>de</strong> suas gentes que residiam <strong>no</strong> país moabita. Entre os conselheiros associados com ele<br />
estava o profeta Ga<strong>de</strong>.<br />
Quando Saul ouviu que Abimeleque, o sacerdote <strong>de</strong> Nobe, tinha fornecido a Davi em sua rota<br />
rumo aos filisteus, or<strong>de</strong><strong>no</strong>u sua execução com oitenta e cinco sacerdotes. Abiatar, o filho <strong>de</strong><br />
Abimeleque, escapou e se reuniu ao bando fugitivo <strong>de</strong> Davi.<br />
Fazia já tempo que Saul dava liberda<strong>de</strong> a seus maliciosos sentimentos para com Davi mediante<br />
uma aberta perseguição. Várias vezes Davi esteve seriamente em perigo. Após socorrer a cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Queilá dos ataques filisteus, residiu ali até ser <strong>de</strong>salojado por Saul.<br />
Escapando a Zife, 6 km ao sul <strong>de</strong> Hebrom, foi traído pelos zifeus e ro<strong>de</strong>ado pelo exército <strong>de</strong><br />
Saul. Um ataque dos filisteus impediu a Saul <strong>de</strong> capturar <strong>de</strong>ssa vez a Davi. Depois, em outra<br />
expedição em En-Gedi (1 Sm 24), e finalmente em Haquilá, Saul também foi frustrado em seus<br />
esforços para matá-lo.<br />
Davi teve muitas ocasiões para matar o rei <strong>de</strong> Israel. Em cada ocasião recusou fazê-lo, tendo a<br />
consciência e o reconhecimento <strong>de</strong> que Saul estava ungido por Deus. embora Saul costumava<br />
reconhecer temporariamente sua aberração, logo voltava à sua aberta hostilida<strong>de</strong>.<br />
Enquanto que Davi e seu grupo estavam <strong>no</strong>s <strong>de</strong>sertos <strong>de</strong> Parã, rendiam serviços aos resi<strong>de</strong>ntes<br />
daquela zona, protegendo suas proprieda<strong>de</strong>s contra os ataques dos bandos <strong>de</strong> ladrões e bandidos<br />
143. Nabal, um pastor <strong>de</strong> Maom que pastoreava suas ovelhas perto do povo <strong>de</strong> Carmelo, ig<strong>no</strong>rou a<br />
<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> Davi <strong>de</strong> "proteção monetária". Para encobrir sua própria cobiça, recusando partilhar<br />
sua riqueza , nabal protestava que Davi tinha fugido <strong>de</strong> seu amo. Percebendo que a situação era<br />
grave, Abigail, a esposa <strong>de</strong> nabal, judiciosamente conjurou a vingança por uma apelação pessoal a<br />
Davi com presentes. Quando nabal se recuperou <strong>de</strong> sua intoxicação e compreen<strong>de</strong>u quão perto<br />
tinha estado da vingança a mãos <strong>de</strong> Davi, ficou tão impressionado que morreu <strong>de</strong>z dias <strong>de</strong>pois.<br />
Como conseqüência, Abigail se converteu na esposa <strong>de</strong> Davi.<br />
Davi temia que qualquer dia Saul pu<strong>de</strong>sse surpreendê-lo inesperadamente. Para assegurar-se a<br />
si mesmo e a seu grupo <strong>de</strong> quase seiscentos homens, além <strong>de</strong> mulheres e crianças, lhe foi<br />
concedida permissão por Aquis para residir em território filisteu e na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ziclague.<br />
Permaneceu ali aproximadamente durante o último a<strong>no</strong> e meio do reinado <strong>de</strong> Saul. Perto do<br />
imediato <strong>de</strong>ste período, Davi acompanhou os filisteus a Afeque para lutar contra Israel. Porém,<br />
foi-lhe negada sua participação. Então voltou a Ziclague, a tempo para recuperar suas possessões<br />
perdidas num ataque por surpresa realizado pelos amalequitas.<br />
142 Para a discussão <strong>de</strong> Saul entre os profetas, ver "New Bible Coinmentary", p. 298.<br />
143 Ver Cyrus Gordon, "The World of the Ancient Testament", p. 163.<br />
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