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a historia de israel no antigo testamento

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Zofar, <strong>de</strong>cididamente, admoesta Jó por apresentar tais questões. Deus po<strong>de</strong>ria revelar seu<br />

pecado; mas a sabedoria divina e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus estão fora do alcance da compreensão do<br />

homem. Aconselha a Jó que se arrependa e confesse sua culpabilida<strong>de</strong>, concluindo que a única<br />

esperança para o malvado é a morte (11).<br />

Jó, corajosamente, afirma que a sabedoria não está limitada a seus amigos. Toda a vida, tanto a<br />

humana como a das bestas, está nas mãos <strong>de</strong> Deus. <strong>de</strong> acordo com seus oponentes, reafirma que<br />

Deus é onipotente, onisciente e justo. Com uma intensa veemência para com Deus, porém, não<br />

comprovando receber nenhum alívio temporal, Jó afunda nas profun<strong>de</strong>zas da <strong>de</strong>sesperação. Num<br />

período <strong>de</strong> dúvida, se pergunta se haverá vida após a morte (12-14).<br />

Elifaz acusa a Jó <strong>de</strong> falar coisas sem sentido, <strong>de</strong>srespeitando assim a Deus. Afirmando que é<br />

<strong>de</strong>masiado arrogante, Elifaz insiste que a tradição tem a resposta: o sofrimento é o resultado do<br />

pecado. O conhecimento comum ensina que o malvado <strong>de</strong>ve sofrer (15).<br />

Lembrando a seus ouvintes que aquilo não era nada <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, Jó conclui retamente que seus<br />

amigos são uns miseráveis consoladores. Embora seu espírito esteja quebrantado, seus pla<strong>no</strong>s<br />

<strong>de</strong>sfeitos e sua vida tocando a seu fim, mantém que seu testemunho <strong>no</strong> céu advogará por ele (16-<br />

17).<br />

Bilda<strong>de</strong> tem pouco que agregar. Simplesmente reafirma a asserção <strong>de</strong> seus colegas, <strong>de</strong> que o<br />

malvado <strong>de</strong>ve sofrer. Todo o que sofre, forçosamente <strong>de</strong>ve ser ímpio (18).<br />

Esquecido pelos amigos, afastado e abandonado por sua família, aborrecido por sua esposa, e<br />

ig<strong>no</strong>rado por seus servos, Jó <strong>de</strong>screve sua solitária condição <strong>de</strong> estar sofrendo pela mão <strong>de</strong> Deus.<br />

Somente a fé o leva além <strong>de</strong> suas presentes circunstâncias. E antecipa a futura vindicação sobre a<br />

base <strong>de</strong> sua conduta (19).<br />

A essência da réplica <strong>de</strong> Zofar é que a prosperida<strong>de</strong> do malvado é muito curta e breve. Volta<br />

obstinadamente a repetir que o sofrimento é a parte que toca ao homem malvado (20).<br />

Jó termina o segundo ciclo <strong>de</strong> discursos, rejeitando as conclusões básicas <strong>de</strong> seus amigos.<br />

Muita gente malvada goza plenamente das coisas boas da vida, recebe um ho<strong>no</strong>rável<br />

sepultamento e são respeitadas por seus êxitos. Isto sempre foi constatado pelo que observam e<br />

por aqueles que têm um amplo conhecimento dos homens e dos assuntos do mundo (21).<br />

No terceiro ciclo <strong>de</strong> suas discussões, continua o problema <strong>de</strong> encontrar a solução para Jó.<br />

acreditando firmemente que aquele sofrimento é o resultado do pecado, os amigos <strong>de</strong> Jó chegam<br />

à conclusão <strong>de</strong> que Jó tinha sido um pecador. Já que a causa do sofrimento não po<strong>de</strong> ser atribuída<br />

a um Deus justo, onipotente, <strong>de</strong>ve ser achada <strong>no</strong> sofrimento individual. Elifaz, portanto, culpa a Jó<br />

<strong>de</strong> pecados secretos, acusa a Jó <strong>de</strong> que assumiu que Deus, em sua distância infinita não<br />

perceberia seu tirânico tratamento com os pobres e os oprimidos. Já que os pecados <strong>de</strong> Jó são a<br />

causa <strong>de</strong> sua miséria, Elifaz o aconselha que se volte para Deus e se arrependa (22).<br />

Jó aparece confuso. Seu sofrimento continua e os céus permanecem silenciosos. Uma<br />

sensação <strong>de</strong> urgência e <strong>de</strong> impaciência o surpreen<strong>de</strong> ao ver que Deus não age em seu <strong>no</strong>me.<br />

Tudo quanto ele tinha feito era totalmente conhecido pelo Deus ao qual tinha servido<br />

fielmente com fé e obediência. Ao mesmo tempo, a injustiça, a violência e a iniqüida<strong>de</strong> continuam,<br />

e Deus sustenta a vida dos perversos e malvados (23-24).<br />

Bilda<strong>de</strong> fala brevemente. Ig<strong>no</strong>rando os argumentos, tenta que Jó caia <strong>de</strong> joelhos ante Deus. e<br />

nisto, não teve êxito (25).<br />

Jó está <strong>de</strong> acordo com seus amigos, em que o homem era inferior a Deus (26). Afirmando que<br />

ele era i<strong>no</strong>cente, e que não havia razão para seus cargos, ele é o vivo retrato do malvado. Seus<br />

amigos não tinham nenhuma garantia <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r sua prosperida<strong>de</strong>. Embora o homem tem<br />

explorado e buscado os recursos da natureza, ele ainda estava confuso em sua busca pela<br />

sabedoria. Esta não podia ser comprada, ainda que Deus mostrou sua sabedoria por todo o<br />

universo. Po<strong>de</strong>ria o homem achá-la? Somente o temente <strong>de</strong> Deus, o homem moral, tem acesso a<br />

tal sabedoria e a sua compreensão (28).<br />

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