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a historia de israel no antigo testamento

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Aparentemente, Acaz foi capaz <strong>de</strong> manter favoráveis condições diplomáticas com a Assíria,<br />

evitando assim a invasão <strong>de</strong> Judá naquele tempo. Não há indicação <strong>de</strong> que Acaz pu<strong>de</strong>sse ter<br />

conhecido a Isaias como um verda<strong>de</strong>iro profeta.<br />

Amanheceu um <strong>no</strong>vo dia para Isaias com a acessão ao tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Ezequias (716-15 a.C.).<br />

Acaz tinha <strong>de</strong>safiado o profeta, suportando o culto idolátrico <strong>no</strong> templo, porém Ezequias<br />

perseguiu um radical e diferente curso <strong>de</strong> ação. Com todo entusiasmo introduziu reformas,<br />

reparações e purificação do templo, evitando convites aos <strong>israel</strong>itas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Berseba até Dã para<br />

unir-se às religiosas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jerusalém. Enquanto que Isaias não faz menção a estas<br />

reformas em seu livro, a celebração nacional da Páscoa e a conformida<strong>de</strong> com a lei <strong>de</strong> Moisés<br />

<strong>de</strong>vem tê-lo alentado <strong>no</strong> que concernia ao futuro <strong>de</strong> Judá.<br />

O conhecimento que se tem hoje das relações judaico-assírias durante o reinado <strong>de</strong> Sargão II<br />

(722-705 a.C.) é muito limitado. No relato bíblico, Sargão é somente mencionado uma única vez (Is<br />

20.1). Sabe-se que Asdo<strong>de</strong> foi conquistada pelos assírios <strong>no</strong> 722 a.C. Isaias finalmente advertiu a<br />

seu povo que não <strong>de</strong>veriam buscar <strong>no</strong> Egito nenhum apoio, inclusive embora Sabako, o etíope,<br />

tinha estabelecido com êxito a XXV Dinastia <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Durante três a<strong>no</strong>s, Isaias caminhou<br />

com os pés <strong>de</strong>snudos e vestido como um escravo, explicando sua ação como simbólica do fado do<br />

Egito e da Etiópia. Que estúpido era seu povo, procurando ajuda egípcia e rebelando-se contra a<br />

Assíria! Aparentemente, Ezequias manteve favoráveis relações com a Assíria durante este<br />

período, pagando tributos. De acordo com um prisma fragmentário, Sargão se jactou <strong>de</strong> receber<br />

"presentes" proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Judá 442 . De acordo com isto, Jerusalém esteve a salvo <strong>de</strong> um ataque<br />

durante aquela época.<br />

Enquanto isso, Ezequias estava construindo suas <strong>de</strong>fesas. O túnel <strong>de</strong> Siloé foi construído <strong>de</strong><br />

forma que Jerusalém tivesse assegurado um a<strong>de</strong>quado subministro <strong>de</strong> água em caso <strong>de</strong> sofrer um<br />

assédio prolongado. Muito tempo antes disso, <strong>no</strong>s dias <strong>de</strong> Acaz, Isaias tinha <strong>de</strong>clarado<br />

valentemente que a Assíria esten<strong>de</strong>ria suas conquistas e seu controle sobre o rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Judá.<br />

Nos acontecimentos cruciais que se seguiram ao acesso ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Senaqueribe na Assíria<br />

(705 a.C.), Isaias tinha advertido a Ezequias, vital e antecipadamente, o que aconteceria.<br />

O nacionalismo emergiu em rebeliões por todo o Império Assírio. O êxito <strong>de</strong> Senaqueribe em<br />

suprimir tais levantamentos foi a substituição <strong>de</strong> Merodaque-Baladã por Bel-Ibni sobre o tro<strong>no</strong> da<br />

Babilônia <strong>no</strong> 702. No a<strong>no</strong> seguinte, os assírios dirigiam seu avanço para o oeste. Mediante uma<br />

miraculosa intervenção, Ezequias sobreviveu 443 . Qual foi a duração da vida <strong>de</strong> Isaias, é algo<br />

<strong>de</strong>sconhecido <strong>no</strong>s registros existentes.<br />

Aparte <strong>de</strong> sua associação com Ezequias por volta do 700 a.C., há pouca evidência disponível<br />

concernente a seus últimos a<strong>no</strong>s. sem nenhuma evidência escriturística em contra, é razoável<br />

concluir com as sugestões indicadas, que Isaias continuou com seu ministério <strong>no</strong> rei<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

Manassés.<br />

Se o registro da morte <strong>de</strong> Senaqueribe é conhecido como <strong>de</strong> Isaias em origem, então o profeta<br />

ainda vivia <strong>no</strong> 680 a.C., para indicar o que finalmente aconteceu ao rei assírio que falara tão<br />

<strong>de</strong>preciativamente e com opróbrio do Deus em quem Ezequias tinha <strong>de</strong>positado sua fé. A tradição<br />

credita a Manassés o martírio <strong>de</strong> Isaias; o profeta foi serrado pelo meio quando <strong>de</strong>scoberto<br />

escondido <strong>no</strong> interior do tronco <strong>de</strong> uma árvore. Des<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> sua longevida<strong>de</strong>,<br />

resulta válido projetar seu ministério até os dias <strong>de</strong> Manassés. O fato <strong>de</strong> que Isaias tivesse uns<br />

vinte a<strong>no</strong>s quando recebeu seu chamamento profético <strong>no</strong> 740 a.C. é uma suposição lógica. Sua<br />

ida<strong>de</strong> <strong>no</strong> momento <strong>de</strong> sua morte, após o 680 a.C., não <strong>de</strong>veria ultrapassar, aproximadamente, os<br />

oitenta a<strong>no</strong>s.<br />

442 Para a tradução <strong>de</strong>ste registro assírio, ver Pritchard Ancient Near Eastern Texts. .p- 87. Esta revolta provavelmente<br />

começou <strong>no</strong> 713, quando Azuri, o rei <strong>de</strong> Asdo<strong>de</strong>, tentou <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r-se da dominação assíria. Sargão o <strong>de</strong>pôs e <strong>no</strong>meou a<br />

Aimiti. Rejeitando a <strong>no</strong>meação <strong>de</strong> Sargão, o povo escolheu a Jamani como seu rei. Este último conduziu uma revolta com<br />

Judá, Edom e Moabe como aliados, e com a promessa <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> parte do Egito. Quando o exército assírio se aproximava,<br />

a rebelião fracassou, e Jamani fugiu ao Egito, porém mais tar<strong>de</strong> se ren<strong>de</strong>u a Sargão. Pagando tributos, os aliados<br />

impediram conseqüências mais graves. Asdo<strong>de</strong> se converteu na capital da Assíria na ocupação daquela zona.<br />

443 Ver capítulo XIII.<br />

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