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discute os projetos do rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Judá. As conseqüências da aliança <strong>de</strong> Acaz com Pul serão piores<br />
que quaisquer das que tenham acontecido em Judá <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a morte <strong>de</strong> Salomão e a divisão do<br />
rei<strong>no</strong>. Como um homem, cujos cabelos são completamente separados <strong>de</strong> sua cabeça ao serem<br />
rapados com uma navalha, assim Judá será tosquiado pela Assíria (7.20). <strong>no</strong> capítulo 8, Assíria tem<br />
a similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um rio que passa rugindo sobre a Palestina, e absorvendo a Judá até o pescoço. É<br />
<strong>no</strong>tável e dig<strong>no</strong> <strong>de</strong> menção que Isaias não prediz a terminação da existência nacional <strong>de</strong> Judá,<br />
uma sorte nefasta que seguramente se abaterá sobre Israel e a Síria.<br />
O avanço e êxito da Assíria como uma nação pagã, sem dúvida formula sérios problemas para o<br />
povo <strong>de</strong> Israel. Permitirá Deus que seu povo escolhido seja absorvido por um po<strong>de</strong>r pagão? Isaias<br />
<strong>de</strong>clara claramente que Deus aluga a navalha para raspar e provoca o feito <strong>de</strong> que as águas da<br />
Assíria pu<strong>de</strong>ssem afogar Judá. Devido a que o povo ig<strong>no</strong>ra o profeta, e volta a seus espíritos<br />
familiares (Is 8.19), uma prática que foi proibida pela lei (Dt 18.14-22), Deus <strong>de</strong>ve castigá-lo.<br />
Assíria é como uma vara na mão <strong>de</strong> Deus (Is 10.5). seriam os assírios tão po<strong>de</strong>rosos que<br />
pu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>struir Jerusalém? Achará Jerusalém a mesma sorte, diante do avanço dos exércitos<br />
da Assíria, que Cal<strong>no</strong>, Carquemis, Hamate, Arpa<strong>de</strong>, Damasco e Samaria?<br />
O profeta apresenta claramente a verda<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> um Deus onipotente que utiliza a Assíria<br />
como uma vara em sua mão. após ter cumprido seu propósito <strong>de</strong> levar o juízo sobre seu povo <strong>no</strong><br />
monte Sião e Jerusalém, Deus tratará com a Assíria. Assim como o machado ou a serra que é<br />
manejada pelo artesão, assim a Assíria está sujeita a Deus e a seu controle. a vara não po<strong>de</strong> utilizar<br />
seu do<strong>no</strong>, nem tampouco Assíria a Deus. Isaias, corajosamente, assegura ao povo <strong>de</strong> Sião (10.24)<br />
que não <strong>de</strong>veriam temer a invasão da Assíria. O juízo <strong>de</strong> Deus sobre Jerusalém será cumprido.<br />
Assíria assestará seu punho sobre Jerusalém, mas Deus <strong>de</strong>terá seu rei em seus pla<strong>no</strong>s para<br />
<strong>de</strong>struir a cida<strong>de</strong>. a certeza <strong>de</strong> que a nação pagã estava sob o controle <strong>de</strong> Deus, proporciona a<br />
base da esperança e tranqüilida<strong>de</strong> para aqueles que <strong>de</strong>positam sua confiança <strong>no</strong> Deus dos<br />
Exércitos.<br />
Os projetos do futuro rei<strong>no</strong> oferecem a contrapartida ao <strong>de</strong>salento e <strong>de</strong>smoralização temporal<br />
<strong>no</strong> tempo <strong>de</strong> Isaias. Sua geração <strong>de</strong>ve encarar dias difíceis e escuros.<br />
Com um rei ímpio sobre o tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi e o culto religioso assírio prevalecendo em Jerusalém,<br />
os ímpios que restam <strong>de</strong>vem ter sido <strong>de</strong>sencorajados ao antecipar a ameaçadora invasão assíria.<br />
Com a certeza da libertação <strong>de</strong>ste inimigo, Isaias oferece uma re<strong>no</strong>vada confiança <strong>no</strong> futuro.<br />
As esperanças para o futuro rei<strong>no</strong> previamente mencionado (Is 2.1-5), se clarificam nesta<br />
passagem. Nele se entremeiam com problemas contemporâneos. Em contraste com gover<strong>no</strong>s<br />
ímpios, Isaias manifesta os projetos <strong>de</strong> um reinado piedoso e um rei crente sobre o tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi.<br />
Em contraste com o reinado temporal <strong>de</strong> Judá, elabora a promessa <strong>de</strong> um rei<strong>no</strong> universal que<br />
durará para sempre.<br />
O governante justo é apresentado em 7.14 como Emanuel, que significa "Deus co<strong>no</strong>sco" 455 .<br />
Certamente, o malvado Acaz, que recusou perguntar por um sinal, não compreen<strong>de</strong> o completo<br />
significado <strong>de</strong>sta promessa, o cumprimento da qual não tem data. Sem dúvida esta simples<br />
promessa é vaga e ambígua para aqueles que ouvem a Isaias dá-la num tempo <strong>de</strong> crise nacional;<br />
eles pu<strong>de</strong>ram facilmente tê-la confundido com o nascimento do filho <strong>de</strong> Isaias, chamado Maer-<br />
Salal-Has-Baz. Embora o país <strong>de</strong> Emanuel (8.5-10) <strong>de</strong>ve ser dominado pelos assírios e logo<br />
liberado, a promessa <strong>de</strong> um futuro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e liberação fica assegurada em 9.1-7. isto se<br />
cumprirá com o nascimento <strong>de</strong> um filho que é i<strong>de</strong>ntificado como "Deus forte", que estabelecerá<br />
um gover<strong>no</strong> e a paz sem fim. Em 11, sua origem davídica fica indicada, porém suas características<br />
vão além do huma<strong>no</strong>. Ele é divi<strong>no</strong> <strong>no</strong> exercício do juízo justo mediante sua onipotência.<br />
O reinado será universal. O conhecimento do Senhor prevalecerá por todo o mundo. Os<br />
malvados serão <strong>de</strong>struídos pela palavra falada do governante justo, ao tempo que uma absoluta<br />
justiça ficará assentada entre o gênero huma<strong>no</strong>. Incluso o rei<strong>no</strong> animal será afetado <strong>no</strong><br />
455 Para uma discussão representativa <strong>de</strong>ste texto, i<strong>de</strong>ntificando-o com o Messias, ver Burnes e Kissane em seus comentários<br />
à referência. Ver também Allis, op. cit. p.12. E. J. Young, Sludies in Isaiah (Londres: Tyndale Press, 1954), pp. 143-<br />
198.<br />
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