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Como rei do império <strong>israel</strong>ita, Davi não falhou em reconhecer que Deus tinha sido o único que<br />
garantira as vitórias militares <strong>de</strong> Israel, e o autor <strong>de</strong> sua prosperida<strong>de</strong> material. Num salmo <strong>de</strong><br />
ação <strong>de</strong> graças (2 Sm 22.1-51), Davi expressa seu louvor ao Deus Onipotente pela libertação dos<br />
inimigos <strong>de</strong> Israel, ao igual que para as nações pagãs. Este Salmo também se cita <strong>no</strong> capítulo 18 do<br />
livro dos Salmos. Isto representa um exemplo <strong>de</strong> muitos dos que ele compôs em várias ocasiões<br />
durante sua aci<strong>de</strong>ntada carreira <strong>de</strong> jovem pastor, servo da corte real, proscrito <strong>de</strong> Israel, e<br />
finalmente como arquiteto e construtor do gran<strong>de</strong> império <strong>de</strong> Israel 156.<br />
O pecado da família real<br />
O crime <strong>de</strong> Davi e seu arrependimento 2 Sm 11.1-12.31<br />
O crime <strong>de</strong> Am<strong>no</strong>m e seus resultados 2 Sm 13.1-36<br />
Derrota <strong>de</strong> Absalão na rebelião 2 Sm 13.37-18.33<br />
Davi recupera o tro<strong>no</strong> 2 Sm 19.1-20.26<br />
As imperfeições <strong>no</strong> caráter <strong>de</strong> um membro da família real não estão minimizadas na Sagrada<br />
Escritura. um rei <strong>de</strong> Israel que caiu <strong>no</strong> pecado não podia escapar aos juízos <strong>de</strong> Deus. ao mesmo<br />
tempo, Davi, como pecador, arrependido, reconheceu sua iniqüida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sta forma se qualificou<br />
como um homem que agradava a Deus (1 Sm 13.14).<br />
Davi praticava a poligamia (2 Sm 3.2-5; 11.27), e embora isto esteja <strong>de</strong>finitivamente proibido na<br />
mais ampla revelação do Novo Testamento, era tolerada <strong>no</strong> Antigo e em seu tempo, a causa da<br />
dureza <strong>de</strong> coração <strong>de</strong> Israel. A poligamia era igualmente praticada por todas as nações<br />
circundantes. Um harém na corte era uma coisa aceitável. Embora advertido da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
esposas na lei <strong>de</strong> Moisés (Dt 17.17), Davi se fez <strong>de</strong> várias. Alguns daqueles matrimônios tinham,<br />
indubitavelmente, implicações <strong>de</strong> tipo político, tal como por exemplo o casamento com Mical, a<br />
filha <strong>de</strong> Saul, e com Maaca, a filha <strong>de</strong> Talmai, rei <strong>de</strong> Gesur.<br />
Como outros, Davi teve <strong>de</strong> sofrer as conseqüências dos crimes <strong>de</strong> incesto, assassinato e<br />
rebelião efetuados na vida <strong>de</strong> sua família.<br />
O pecado <strong>de</strong> assassinato e adultério <strong>de</strong> Davi constituía um crime perfeito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong><br />
vista huma<strong>no</strong>. Foram executados <strong>no</strong>s dias dos êxitos militares e da expansão do império.<br />
Os filisteus já tinham sido <strong>de</strong>rrotados e a coalizão aramaico-amonita tinha sido quebrantada <strong>no</strong><br />
a<strong>no</strong> anterior. Enquanto Davi permaneceu em Jerusalém, os exércitos <strong>israel</strong>itas, sob o mando <strong>de</strong><br />
Joabe, foram enviados a conquistar a cida<strong>de</strong> amonita <strong>de</strong> Rabá. Sendo seduzido por Bate-Seba,<br />
Davi cometeu adultério. Ele sabia que ela era a esposa <strong>de</strong> Urias, o heteu; um mercenário leal do<br />
exército <strong>de</strong> Israel. O rei enviou a Urias ao frente <strong>de</strong> batalha, e <strong>de</strong>pois mandou chamá-lo,<br />
or<strong>de</strong>nando a Joabe seu regresso mediante uma carta, arranjando as coisas para que fosse morto<br />
pelo inimigo.<br />
Quando chegaram a Jerusalém os informes <strong>de</strong> que Urias tinha morrido na batalha contra os<br />
amonitas, Davi casou com Bate-Seba. Talvez os feitos que <strong>de</strong>ram lugar ao repugnante crime <strong>de</strong><br />
Davi ficaram <strong>no</strong> segredo, já que uma baixa na línea do frente <strong>de</strong> batalha era algo comum e<br />
corrente. Inclusive se isso era conhecido por Joabe, quem era o que reprovaria ou <strong>de</strong>safiaria o<br />
po<strong>de</strong>r do rei?<br />
Embora Davi não fosse responsável perante ninguém em seu rei<strong>no</strong>, falhou em não perceber<br />
que este "crime perfeito" era conhecido por Deus. Numa nação pagã, uma ação crimi<strong>no</strong>sa <strong>de</strong><br />
adultério e morte po<strong>de</strong>ria ter passado ig<strong>no</strong>rada; mas aquilo não podia acontecer em Israel, on<strong>de</strong><br />
um rei sustentava sua posição <strong>de</strong> realeza mediante uma fé sagrada. Quando Natã <strong>de</strong>screve o<br />
crime <strong>de</strong> Davi na dramática história do homem rico que leva vantagem <strong>de</strong> seu pobre servo, Davi se<br />
enfureceu protestando <strong>de</strong> que semelhante fato pu<strong>de</strong>sse acontecer em seu rei<strong>no</strong>. Natã claramente<br />
156 As variações nestes dos capítulos são similares ao problema sinótico existente <strong>no</strong>s Evangelhos. C. F. Keil, "The Books<br />
of Samuel", sugere que esses dois capítulos proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma mesma fonte.<br />
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