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• CAPÍTULO 10: A SECESSÃO SETENTRIONAL<br />
A união <strong>de</strong> Israel estabelecida por Davi termi<strong>no</strong>u com a morte <strong>de</strong> Salomão. O primeiro entre a<br />
divisão resultante foi o Rei<strong>no</strong> do Norte, localizado entre Judá e a Síria. Em me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> um século<br />
(931-841 a.C.) tinham surgido e caído três dinastias, para darem passagem ao <strong>no</strong>vo rei<strong>no</strong>.<br />
A família real <strong>de</strong> Jeroboão<br />
Jeroboão I se distinguiu como um administrador sob o reinado <strong>de</strong> Salomão, supervisionando a<br />
construção da muralha <strong>de</strong> Jerusalém conhecida como Milo (1 Reis 11.26-29).<br />
Quando o profeta Aías transmitiu dramaticamente uma mensagem divina ao <strong>de</strong>sgarrar seu<br />
manto em doze pedaços e <strong>de</strong>u <strong>de</strong>z a Jeroboão, isso significava que iria governar sobre <strong>de</strong>z tribos<br />
<strong>de</strong> Israel. Distintamente <strong>de</strong> Davi, quem também tinha sido escolhido rei antes <strong>de</strong> ace<strong>de</strong>r ao tro<strong>no</strong>,<br />
Jeroboão mostrou sinais <strong>de</strong> rebelião e incorreu <strong>no</strong> <strong>de</strong>sfavor <strong>de</strong> Salomão. Conseqüentemente,<br />
fugiu ao Egito, on<strong>de</strong> encontrou refúgio até a morte <strong>de</strong> Salomão.<br />
Quando Roboão, filho <strong>de</strong> Salomão, fez um chamamento para uma assembléia nacional em<br />
Siquem, Jeroboão foi convidado como campeão dos anciãos que solicitavam uma redução dos<br />
impostos. Ig<strong>no</strong>rando-o, Roboão se enfrentou com uma rebelião e fugiu a Jerusalém. Enquanto<br />
Judá e Benjamim correram em seu apoio, as tribos separadas fizeram rei a Jeroboão. A guerra civil<br />
e o <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue ficaram conjurados quando Roboão escutou a advertência do<br />
profeta Semaías para reter suas forças. Isto <strong>de</strong>u a Jeroboão a oportunida<strong>de</strong> para estabelecer-se<br />
como rei <strong>de</strong> Israel.<br />
A guerra civil prevaleceu durante 22 a<strong>no</strong>s do reinado <strong>de</strong> Jeroboão, embora a Escritura não<br />
indica a extensão <strong>de</strong>ssa guerra. Indubitavelmente a agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roboão foi mo<strong>de</strong>rada pela<br />
ameaça da invasão egípcia, mas em 2 Crônicas 12.15 informa <strong>de</strong> uma constante situação <strong>de</strong> guerra.<br />
Inclusive cida<strong>de</strong>s <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> do Norte foram atacadas por Sisaque 197 . Após a morte <strong>de</strong> Roboão,<br />
Jeroboão atacou Judá, cujo <strong>no</strong>vo rei, Abias, tinha rejeitado Israel até o extremo <strong>de</strong> tomar o<br />
controle <strong>de</strong> Betel e outras cida<strong>de</strong>s <strong>israel</strong>itas (2 Cr 13.13-20). Isto pô<strong>de</strong> ter tido algum efeito sobre a<br />
eleição <strong>de</strong> Jeroboão <strong>de</strong> uma capital. No princípio, Siquem foi fortificada como a cida<strong>de</strong> capital. Se<br />
a fortificação <strong>de</strong> Penuel, ao leste do Jordão, teve a mesma implicância, é coisa que não parece<br />
certa 198 . Jeroboão residiu na bela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tirsá, que foi utilizada como a capital sob a seguinte<br />
dinastia (1 Reis 14.17) 199 . Aparentemente Jeroboão encontrou interessante o reter a pauta<br />
governamental do rei<strong>no</strong> como tinha prevalecido em tempos <strong>de</strong> Salomão.<br />
Jeroboão tomou a iniciativa em questões religiosas. Naturalmente não quis que seu povo<br />
acudisse às sagradas festivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jerusalém, se por caso voltassem a uma aliança com Roboão.<br />
Erigindo bezerros <strong>de</strong> ouro em Dã e Betel, instituiu a idolatria em Israel (2 Cr 11.13-15). Nomeou<br />
sacerdotes livremente, ig<strong>no</strong>rando as restrições <strong>de</strong> Moisés e permitindo aos <strong>israel</strong>itas <strong>de</strong><br />
oferecerem sacrifícios em vários lugares altos por todo o país. Como sacerdote, não somente<br />
oficiava ante o altar, senão que também trocou um dia <strong>de</strong> festa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mês sétimo ao oitavo (1<br />
Rs 12.25-13.34).<br />
A agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jeroboão em religião foi mo<strong>de</strong>rada quando foi advertido por um profeta<br />
sem <strong>no</strong>me <strong>de</strong> Judá. Este homem <strong>de</strong> Deus, intrepidamente advertiu o rei, enquanto estava em pé e<br />
queimava incenso ante o altar em Betel. O rei imediatamente or<strong>de</strong><strong>no</strong>u seu arresto. A mensagem<br />
do profeta, porém, recebeu confirmação divina <strong>no</strong> <strong>de</strong>stroço do altar e a incapacida<strong>de</strong> que teve o<br />
rei <strong>de</strong> retirar a mão com a qual apontava para o homem <strong>de</strong> Deus.<br />
197 Albright, "Biblical Period", p. 30.<br />
198 E. Mould, "Essentials of Bible History", na página 223 sugere que Jeroboão mudou a capital a Penuel como resultado<br />
da pressão militar proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Judá.<br />
199 A mo<strong>de</strong>rna Tell-el-Farah , a 11 quilômetros ao <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Siquem sobre o caminho que conduz a Bete-Sã, se crê que<br />
é Tirsá. Não é certa a i<strong>de</strong>ntificação. As escavações do padre R. <strong>de</strong> Vaux em 1947 favorecem esta tese. Ver Wright "Biblical<br />
Archaeology". Ver Js 12.24 e Ct 6.4.<br />
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