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a historia de israel no antigo testamento

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Quando o povo ouviu que o templo seria <strong>de</strong>struído 271 , apelou aos lí<strong>de</strong>res políticos para matar a<br />

Jeremias (Jr 26); não obstante, alguns dos ancião saíram em sua <strong>de</strong>fesa, citando a experiência <strong>de</strong><br />

Miquéias um século antes. Aquele profeta também tinha anunciado a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Jerusalém,<br />

mas Ezequias não lhe fez nenhum da<strong>no</strong>. Embora Urias, um profeta contemporâneo, foi<br />

martirizado por Jeoiaquim por predicar a mesma mensagem, a vida <strong>de</strong> Jeremias foi salva. Aicão,<br />

uma figura política proeminente, apoiou Jeremias naquela época <strong>de</strong> perigo.<br />

Durante o quarto a<strong>no</strong> do reinado <strong>de</strong> Jeoiaquim, o rolo <strong>de</strong> Jeremias foi lido diante do rei.<br />

Enquanto Jeoiaquim escutava a mensagem do juízo, rompeu o rolo em pedaços e o lançou <strong>no</strong><br />

fogo. Em contraste com Josias —que se arrepen<strong>de</strong>u e se voltou a Deus—, Jeoiaquim ig<strong>no</strong>rou e<br />

<strong>de</strong>safiou <strong>de</strong>preciativamente as proféticas advertências (Jr 36.1-32).<br />

Jeremias <strong>de</strong>monstrou <strong>de</strong> forma impressionante a portentosa mensagem ante o povo, e<br />

anunciou que, estando sob or<strong>de</strong>ns divinas, escon<strong>de</strong>ria seu cinto <strong>no</strong>vo numa fenda do rio Eufrates.<br />

Quando apodreceu pela ação das águas e já não servia para nada, o mostrou ao povo, dizendo<br />

que da mesma forma Jeová aniquilaria o orgulho <strong>de</strong> Judá (Jr 13.1-11).<br />

Em outra ocasião, Jeremias conduziu os sacerdotes e ancião ao vale do Hi<strong>no</strong>m, on<strong>de</strong> se<br />

ofereciam sacrifícios huma<strong>no</strong>s. Destroçando uma vasilha sacrificial ante a multidão, Jeremias,<br />

corajosamente, advertiu que Jerusalém seria quebrado em cacos pelo próprio Deus. tão gran<strong>de</strong><br />

seria a <strong>de</strong>struição que inclusive aquele vale maldito seria utilizado como lugar <strong>de</strong> sepultamento.<br />

Não é <strong>de</strong> estranhar que o sacerdote Pasur <strong>de</strong>tivesse a Jeremias e o encerrasse durante uma <strong>no</strong>ite<br />

(Jr 19.1-20.18). embora <strong>de</strong>salentado, Jeremias foi advertido da lição aprendida na olaria, <strong>de</strong> que<br />

Deus <strong>de</strong>veria expor a Judá ao cativeiro com objeto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar a vasilha <strong>de</strong>sejada.<br />

O quarto a<strong>no</strong> <strong>de</strong> Jeoiaquim (605 a.C.) foi um momento crucial para Jerusalém. Na <strong>de</strong>cisiva<br />

batalha <strong>de</strong> Carquemis, a princípios do verão, os egípcios foram dispersados pelos babilônicos.<br />

Nabucodo<strong>no</strong>sor tinha avançado o bastante longe <strong>de</strong>ntro da Palestina do sul para reclamar<br />

tesouros e reféns em Jerusalém, sendo Daniel e seus amigos os mais <strong>no</strong>táveis entre os cativos <strong>de</strong><br />

Judá (Dn 1.1.). embora Jeoiaquim reteve seu tro<strong>no</strong>, o regresso dos babilônicos à Síria <strong>no</strong> 604, e a<br />

Ascalom <strong>no</strong> 603, e um choque com Neco nas fronteiras do Egito, em 601, frustraram qualquer<br />

tentativa <strong>de</strong> terminar com a vassalagem babilônica. Já que este encontro egípcio não foi <strong>de</strong>cisivo,<br />

com ambos exércitos em retirada com fortes perdas, Jeoiaquim pô<strong>de</strong> ter tido a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reter o tributo 272 . Embora Nabucodo<strong>no</strong>sor não enviou seu exército conquistador a Jerusalém<br />

durante vários a<strong>no</strong>s, incitou ataques sobre Judá por quadrilhas <strong>de</strong> salteadores <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>us,<br />

apoiados pelos moabitas, amonitas e sírios. No curso <strong>de</strong>ste estado <strong>de</strong> guerra, o reinado <strong>de</strong><br />

Jeoiaquim acabou bruscamente pela morte, <strong>de</strong>ixando uma precária política antibabilônica a seu<br />

jovem filho Joaquim.<br />

A forma em que Jeoiaquim encontrou a morte não está registrada nem <strong>no</strong> livro dos Reis nem<br />

<strong>no</strong> das Crônicas. O fato <strong>de</strong> ter queimado os pedaços do rolo <strong>de</strong> Jeremias precipitou o juízo divi<strong>no</strong><br />

contra Jeoiaquim, e seu corpo ficou exposto ao calor do sol durante o dia e à geada durante a<br />

<strong>no</strong>ite, indicando que não teria um sepultamento real (Jr 36.27-32). Em outra ocasião, Jeremias<br />

predisse que Jeoiaquim teria o sepultamento <strong>de</strong> um as<strong>no</strong> e que seu corpo seria lançado fora das<br />

portas <strong>de</strong> Jerusalém (Jr 22.18-19). Já que não há um relato histórico das circunstâncias da morte <strong>de</strong><br />

Jeoiaquim, nem sequer se menciona seu sepultamento, a conclusão é que este rei soberbo e<br />

<strong>de</strong>safiador da lei <strong>de</strong> Deus foi morto na batalha. Em tempo <strong>de</strong> guerra, resultava impossível<br />

proporcioná-lhe um sepultamento ho<strong>no</strong>rável.<br />

Jeoiaquim, também conhecido por Jeconias, permaneceu somente por três meses como rei <strong>de</strong><br />

Jerusalém. No 597, os exércitos da Babilônia ro<strong>de</strong>aram a cida<strong>de</strong>. percebendo que seria inútil toda<br />

resistência, Jeoiaquim se ren<strong>de</strong>u a Nabucodo<strong>no</strong>sor. Desta vez, o rei babilônico não se limitou a<br />

tomar uns quantos prisioneiros e exigir uma segurida<strong>de</strong> verbal do tributo mediante a<br />

271 Esta pô<strong>de</strong> não ser a primeira vez que Jeremias <strong>de</strong>ixou ouvir sua omi<strong>no</strong>sa mensagem (Jr 9-10). Enquanto viveu Josias<br />

o profeta não teve nada que temer.<br />

272 Ver D. J. Wisseman, "Chronicles of Chal<strong>de</strong>an Kings" (626-556 a. C.) <strong>no</strong> British Museum, pp.26-28.<br />

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