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otimista, senão que a <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte influência da dominação assíria na Palestina <strong>de</strong>u lugar ao<br />
ressurgir <strong>de</strong> projetos mais brilhantes <strong>no</strong> aspecto político. Assurnasirpal, cujo reinado como<br />
governante da Assíria acabou <strong>no</strong> 630 a.C., não fora sucedido por reis suficientemente po<strong>de</strong>rosos<br />
como para resistirem os agressores medos e os avanços dos babilônicos. As <strong>no</strong>tícias da queda <strong>de</strong><br />
Nínive <strong>no</strong> 612, sem dúvida, aliviaram a Judá dos temores <strong>de</strong> que os exércitos assírios se<br />
propusessem <strong>no</strong>vamente ameaçar sua in<strong>de</strong>pendência.<br />
Com as ativida<strong>de</strong>s religiosas florescendo <strong>no</strong> templo, com o apoio real, Ezequiel, um membro da<br />
família sacerdotal, <strong>de</strong>ve ter <strong>de</strong>sfrutado <strong>de</strong> agradáveis relações com o <strong>de</strong>voto povo <strong>de</strong> Judá. Seu lar<br />
<strong>de</strong>ve ter estado situada na muralha oriental <strong>de</strong> Jerusalém, <strong>de</strong> tal forma que os átrios exteriores<br />
foram seu campo <strong>de</strong> jogo e os recintos adjuntos ao templo foram as salas <strong>de</strong> aula para seu<br />
treinamento formal e sua educação 493 . Aqueles a<strong>no</strong>s juvenis sob a sombra <strong>de</strong> Salomão <strong>no</strong> templo<br />
o familiarizaram com todos os <strong>de</strong>talhes do magnífico edifício, assim como com a diária<br />
ministração ritual. Além disso, Ezequiel pô<strong>de</strong> muito bem ter assistido a seu pai e a outros<br />
sacerdotes durante os a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> sua adolescência. Em conseqüência, quando foi levado à Babilônia,<br />
<strong>de</strong>ve ter conservado vívidas lembranças do templo e do que significou na vida do povo.<br />
Apesar <strong>de</strong> que Ezequiel, como um meni<strong>no</strong> <strong>de</strong> 9 a<strong>no</strong>s, pô<strong>de</strong> não ter sido impressionado com as<br />
<strong>no</strong>tícias da queda <strong>de</strong> Nínive, os acontecimentos que se seguiram não pu<strong>de</strong>ram evitar causá-lhe<br />
uma in<strong>de</strong>lével impressão em seus a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> formação juvenil. Após a subida partida <strong>de</strong> Josias e seu<br />
exército rumo a Megido, para que o avanço egípcio ao <strong>no</strong>rte fosse bloqueado, e ajudar assim os<br />
assírios que se retiravam, Josias é morto (609 a.C.). Todos os cidadãos <strong>de</strong> Jerusalém <strong>de</strong>vem ter<br />
ficado surpresos diante <strong>de</strong> tão drásticas mudanças. O funeral <strong>de</strong> Josias, a coroação <strong>de</strong> Joacaz, o<br />
subseqüente cativeiro <strong>de</strong>ste último e a coroação <strong>de</strong> Jeoiaquim como um vassalo egípcio sobre o<br />
tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi, tudo isso aconteceu em apenas três meses. O mais perturbador <strong>de</strong> tudo <strong>de</strong>vem ter<br />
sido as <strong>no</strong>tícias da <strong>de</strong>cisiva batalha <strong>de</strong> Carquemis <strong>no</strong> 605, conforme os babilônicos levaram<br />
vantagem <strong>de</strong> sua vitória para perseguirem os egípcios em retirada sob o mando <strong>de</strong> Neco, até as<br />
fronteiras do Egito. Talvez Ezequiel, como um jovem <strong>de</strong> <strong>de</strong>zesseis ou <strong>de</strong>zessete a<strong>no</strong>s, se<br />
consi<strong>de</strong>rasse afortunado por ter escapado, sendo incluído com Daniel e outros que foram<br />
tomados como reféns para a Babilônia <strong>no</strong> 605 a.C.<br />
Embora ele nunca menciona ou se refere a Jeremias, é pouco provável que não soubesse da<br />
mensagem <strong>de</strong>ste profeta que era tão bem conhecido em Jerusalém. Seguramente Ezequiel <strong>de</strong>ve<br />
ter sido testemunha da reação da massa <strong>no</strong> sermão <strong>de</strong> Jeremias <strong>no</strong> templo (Jr 26), quando os<br />
príncipes recusaram permitir a execução <strong>de</strong> Jeremias pelo povo e seus lí<strong>de</strong>res religiosos. Talvez<br />
ficasse confuso pelo fato <strong>de</strong> que Jeoiaquim pu<strong>de</strong>sse ter <strong>de</strong>rramado o sangue <strong>de</strong> Urias, o profeta, e<br />
ter queimado com tanta <strong>de</strong>cisão o rolo <strong>de</strong> Jeremias, sem ter sido submetido a um imediato juízo.<br />
Quando Ezequiel estava na faixa <strong>de</strong> seus vinte a<strong>no</strong>s, os cidadãos <strong>de</strong> Jerusalém estavam<br />
perturbados pela política estrangeira <strong>de</strong> Jeoiaquim. No 605, quando os egípcios se retiraram a<br />
suas fronteiras, Jeoiaquim se converteu num vassalo <strong>de</strong> Nabucodo<strong>no</strong>sor, ao tempo que este<br />
tomava reféns para serem levados ao exílio 494 . No a<strong>no</strong> seguinte, Jeoiaquim e outros reis<br />
reconheceram a Nabucodo<strong>no</strong>sor como sobera<strong>no</strong>, ao tempo que os exércitos babilônicos<br />
marchavam sem encontrar resistência por toda a Sírio-Palestina. Após três a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> sobrevivência,<br />
Jeoiaquim se rebelou e Nabucodo<strong>no</strong>sor retor<strong>no</strong>u à Palestina <strong>no</strong> 601 495 . Aparentemente,<br />
Jeoiaquim resolveu seu problema mediante a diplomacia e continuou como governante <strong>no</strong> tro<strong>no</strong><br />
davídico, enquanto os babilônicos e egípcios se comprometiam numa batalha <strong>de</strong>cisiva. Vacilando<br />
em sua lealda<strong>de</strong>, Jeoiaquim, afinal, precipitou o advento <strong>de</strong> graves problemas. Talvez tivesse<br />
esperanças <strong>de</strong> que o Egito o salvaria quando se rebelasse mais uma vez.<br />
Antes que as forças mais importantes da Babilônia chegassem, porém, a morte <strong>de</strong> Jeoiaquim<br />
levou a Joaquim ao tro<strong>no</strong>. Quando os babilônicos sitiaram Jerusalém, a cida<strong>de</strong> foi salva da<br />
493 Ver Stephen L. Caiger, "Lives of the Prophets", p. 223.<br />
494 Para discussão <strong>de</strong>stes acontecimentos, ver Dr. J. Wiseman, Chronicles of Chal<strong>de</strong>an Kings, pp. 23-32, e sua tradução<br />
da tabuinha B. M. 21946, pp. 67-74. Ver também Dn 1.1.<br />
495 Ver 2 Rs 24.1.<br />
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