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Introdução Ez 1.1-3<br />
Visão da glória <strong>de</strong> Deus Ez 1.3-28<br />
A atalaia <strong>de</strong> Israel Ez 2.1-3.21<br />
A data é <strong>no</strong> 593 a.C. Em seu quinto a<strong>no</strong> na Babilônia, os cativos não têm mais brilhantes<br />
perspectivas <strong>de</strong> um breve regresso à pátria. Estão confusos e <strong>de</strong>sassossegados ao ouvirem os<br />
falsos profetas contrapor-se às advertências <strong>de</strong> Jeremias. A execução <strong>de</strong> dois falsos profetas,<br />
Acabe e Ze<strong>de</strong>quias, por Nabucodo<strong>no</strong>sor, evi<strong>de</strong>ntemente não escureceu suas esperanças <strong>de</strong><br />
retornar a Jerusalém num futuro próximo. Em meio a sua confusão, Ezequiel é chamado para seu<br />
ministério profético.<br />
O chamamento <strong>de</strong> Ezequiel é do mais impressionante. Comparado com a visão <strong>de</strong> Isaias e a<br />
simples comunicação a Jeremias, a chamada <strong>de</strong> Ezequiel ao serviço profético po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita<br />
como fantástica. Tem lugar junto ao rio Quebar, nas redon<strong>de</strong>zas da Babilônia. não há nenhum<br />
templo à vista com o qual pu<strong>de</strong>sse ter associado a presença <strong>de</strong> Deus. é gran<strong>de</strong> a distância entre<br />
ele e Jerusalém, <strong>de</strong> tal forma que ele apenas se tem lembranças do santuário on<strong>de</strong> Deus tinha<br />
manifestado sua presença <strong>no</strong>s dias <strong>de</strong> Salomão. Se Babilônia estava à vista, Ezequiel po<strong>de</strong>ria ter<br />
visto os gran<strong>de</strong>s templos <strong>de</strong> Merodaque e outros <strong>de</strong>uses babilônicos, que já tinham sido<br />
reconhecidos pelo triunfante conquistador Nabucodo<strong>no</strong>sor. E ali, naquele entor<strong>no</strong> pagão,<br />
Ezequiel recebe um chamamento para ser o porta-voz <strong>de</strong> Deus.<br />
Ezequiel é ciente da presença <strong>de</strong> Deus mediante uma visão (1.4-28).<br />
Inicialmente sua atenção fica presa numa gran<strong>de</strong> nuvem brilhante com fogo. Quatro criaturas<br />
elaboradamente <strong>de</strong>scritas aparecem, indo <strong>de</strong> um lado ao outro como o relâmpago numa<br />
tempesta<strong>de</strong>. Essas criaturas parecem ter características tanto naturais como sobrenaturais.<br />
Intimamente relacionadas com cada criatura, há uma roda que se move em todo momento.<br />
Com o espírito das criaturas nas rodas, a conduta é espetacular mas or<strong>de</strong>nada. Por meio <strong>de</strong> asas<br />
para cada criatura, se <strong>de</strong>slocam sob o firmamento. Ezequiel também vê um tro<strong>no</strong> sobre o qual<br />
está sentada uma pessoa que tem um parecido com um ser huma<strong>no</strong>, com sua forma ro<strong>de</strong>ada pelo<br />
brilho <strong>de</strong> um arco-íris. Sem explicar ou interpretar todas essas coisas, Ezequiel diz que todas essas<br />
manifestações, em aparência, têm parecido com a glória <strong>de</strong> Deus. ali, num país pagão, longe do<br />
templo <strong>de</strong> Jerusalém, Ezequiel toma consciência da presença <strong>de</strong> Deus 502. embora ele caia<br />
prostrado diante daquela divina manifestação, Deus lhe or<strong>de</strong>na que se levante, ao tempo que o<br />
Espírito o enche e o capacita para obe<strong>de</strong>cer. Dirigindo-se a ele como "filho do homem", ele é<br />
comissionado para ser um mensageiro para seu próprio povo que é <strong>de</strong>sobediente, teimoso e<br />
rebel<strong>de</strong> 503. A mensagem lhe é entregue em forma simbólica. É-lhe or<strong>de</strong>nado comer um rolo <strong>de</strong><br />
lamentações, angústias e dores que em sua boca se troca na doçura do mel.<br />
Avisado por antecipado que o povo não o ouvirá, nem aceitará sua mensagem, é-lhe or<strong>de</strong>nado<br />
que não os tema. ao <strong>de</strong>saparecer a glória <strong>de</strong> Deus, o Espírito faz ciente a Ezequiel da realida<strong>de</strong><br />
literal <strong>de</strong> que se encontra entre os exilados <strong>de</strong> Tel-Abibe, perto do rio Quebar. Pasmado por tudo<br />
o que tem visto, fica reflexionando sobre todas aquelas coisas, durante sete dias.<br />
Após uma semana <strong>de</strong> silêncio, Ezequiel é comissionado para ser como uma atalaia para a casa<br />
<strong>de</strong> Israel (3.16-21). Vivendo entre seu povo, fica ciente <strong>de</strong> sua própria responsabilida<strong>de</strong> para o que<br />
<strong>de</strong>ve adverti-lhes. Se eles perecem apesar <strong>de</strong> seu aviso, ele não será culpado. Contudo, se falhar<br />
em adverti-los e eles perecerem, ele será carregado com o peso do sangue <strong>de</strong>rramado. Sendo um<br />
guardião fiel, trata-se <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> vida ou morte.<br />
502 A presença <strong>de</strong> Deus com seu povo estava vividamente manifestada em Israel sempre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua libertação do Egito.<br />
Ver Êx 14.19, 20, 24; Nm 10.11-12, 34, etc. Quando Salomão <strong>de</strong>dicou o templo, a visível presença <strong>de</strong> Deus numa nuvem<br />
foi i<strong>de</strong>ntificada como a glória <strong>de</strong> Deus. ver 2 Cr 5.14 e 7.3. Já que Ezequiel era um sacerdote, pô<strong>de</strong> tê-lo surpreendido<br />
achar estas manifestações em um entor<strong>no</strong> pagão, tão longe do templo.<br />
503 Esta <strong>de</strong>signação está exclusivamente utilizada por Ezequiel <strong>no</strong> Antigo Testamento, com exceção <strong>de</strong> Dn 7.13. Isto aumenta<br />
a ênfase <strong>de</strong> que na presença <strong>de</strong> Deus, o profeta é huma<strong>no</strong> e meramente um "filho do homem".<br />
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